Estadão

Cerco a Kiev se intensifica e autoridades temem tomada da capital nesta sexta

Os intensos bombardeios em Kiev na madrugada desta sexta-feira, 25, são apenas um prenúncio do que as autoridades ucranianas esperam ser o dia mais duro na guerra contra a Rússia. Ao menos 33 alvos civis foram bombardeados pela Rússia na Ucrânia nas últimas 24 horas, segundo o Ministério do Interior ucraniano anunciou nesta sexta-feira. Líderes políticos e militares do país trabalham com um cenário de invasão da capital ainda nesta sexta.

O cerco à capital é cada vez maior – e, pelo menos em um relato, os confrontos já chegaram à cidade mais importante do país. Segundo um correspondente da agência francesa <i>France-Presse</i>, explosões e tiros foram registrados no bairro de Obolonsky, no norte de Kiev. Moradores correram para buscar proteção quando ouviram as explosões.

Os americanos acreditam que o avanço rumo à capital tem o objetivo de derrubar o governo do presidente Volodmir Zelenski. O líder ucraniano, por sua vez, declarou que "grupos subversivos" estão tomando Kiev.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse em telefonema a parlamentares americanos que forças russas que entraram na Ucrânia a partir de Belarus já estão a menos de 40 quilômetros de Kiev. Fonte: Associated Press.

Durante a madrugada, autoridades ucranianas confirmaram enfrentamentos com unidades blindadas russas nas cidades de Dymer e Ivankiv, localizadas a 45 e 80 quilômetros ao norte de Kiev, respectivamente. Na tentativa de atrasar o avanço das tropas russas, militares ucranianos explodiram uma ponte sobre o Rio Teteriv, em Ivankiv, informou a <i>CNN</i>.

Uma autoridade militar ucraniana alertou sobre a possibilidade de forças russas tomarem o controle de áreas vizinhas a Kiev durante o dia, depois da confirmação que a cidade e outros locais foram atingidos por mísseis russos nas primeiras horas da manhã.

A vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar, afirmou que unidades do exército ucraniano estão defendendo posições em quatro frentes, apesar de estarem em menor número. O conselheiro do Ministério do Interior da Ucrânia, Anton Herashchenko, afirmou que este pode ser o pior dia da guerra.

Segundo Herashchenko, forças de defesa de Kiev estão preparadas com mísseis antitanques enviados por aliados estrangeiros.

Na noite de quinta-feira, 24, funcionários do alto escalão do governo dos Estados Unidos afirmaram que acreditam que Kiev poderia cair rapidamente com o avanço das forças russas. De acordo com os setores de inteligência americanos, as forças militares da Rússia, enviadas de Belarus, aproximam-se de Kiev.

O jornal <i>The Washington Post</i> noticiou que a posição dos Estados Unidos de apoiar a Ucrânia foi confirmada. Até o momento, as informações são de que o governo americano fornecerá ajuda e recursos militares enquanto "existir um governo ucraniano viável".

Os combates se intensificaram entre a noite de quinta-feira e madrugada de sexta (pelo horário de Brasília), com intenso bombardeio em diversas cidades do país. Sirenes de alerta foram soadas em Kiev e Lviv, e ao menos três soldados da patrulha de fronteira ucraniana foram mortos durante um bombardeio em Zaporizhia.

Moscou vem afirmando reiteradamente que os ataques miram em alvos militares da Ucrânia, o que foi contestado pelo presidente Volodmir Zelenski, que afirma que alvos civis foram atingidos durante os bombardeios.

Imagens de Kiev mostram que pelo menos um edifício residencial foi destruído durante os bombardeios. Equipes do corpo de bombeiros foram ao local apagar o incêndio e socorrer as vítimas.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, comparou os bombardeios russos a Kiev com os bombardeios da Alemanha nazista no país em 1941. (Com agências internacionais).

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