Existem momentos na vida nos quais todos nós gostaríamos que o mundo parasse um pouco de girar em seu acelerado ritmo, e nos desse a chance para a reflexão. Há poucos dias, eu pedi licença de minhas atividades profissionais rotineiras, desliguei o cérebro e ativei plenamente o lado esquerdo do peito.
É evidente que não consegui deixar de pensar, até porque a atividade cerebral é inerente a nossa condição de seres animados. Mas consegui enxergar um mundo mais pacífico, a partir de meus sentimentos mais nobres – genuinamente extraídos do coração.
Para começar, a caminho da cidade de Lambari (MG), observei que a mesma água utilizada na pia do banheiro de um restaurante era canalizada para o mictório coletivo. “Que boa ideia”, pensei. Em tempos de crise hídrica, toda e qualquer colaboração para utilizar a água com parcimônia será sempre bem-vinda.
Durante a primeira madrugada de folga, acordei por volta da 01h30 e não consegui conciliar o sono por cerca de duas horas. Foi o tempo de ligar a TV, o que raramente faço, e assistir a interessante documentário a respeito do maestro Jorge Antunes (1942). No comício das Diretas Já, em 1984 no Distrito Federal, ele regeu um buzinaço de carros, demonstrando toda a sua criatividade, além de histórica dose de irreverência e coragem explícitas.
Os dias que se seguiram na cidade foram de calma e harmonia ao lado dos meus entes queridos. A família é o maior patrimônio que Deus nos confia a guarda e, ao mesmo tempo, representa a melhor oportunidade de crescimento espiritual que nós podemos encontrar nesta rápida passagem pelo mundo físico.
Os pais, os irmãos, o cônjuge e os filhos representam verdadeiro tesouro no caminho da Iluminação Plena. Não é possível ser feliz sem dar o devido valor a quem precisa de nossa atenção e do nosso carinho. Os pensamentos, as palavras e as ações devem acompanhar a nossa conduta diária. Essa postura aquece o coração de quem ama e, ainda mais, daquele que é amado.
Em tempo – O meu tributo e a minha gratidão eterna a Osvaldo da Costa e Silva, que edificou harmoniosa família durante a sua missão terrena, concluída no dia 16 de julho. Tio, descanse em paz.
José Augusto é jornalista guarulhense; [email protected]