Quando as pessoas ao redor do mundo ligarem as tevês para acompanharem a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em 5 de agosto, assistirão à história do povo brasileiro. Esse foi o tema escolhido pelos organizadores, que, ao contrário do que foi feito em Londres-2012 ou Pequim-2008, evitaram usar a cerimônia para destacar o país e vão focar na formação da sociedade.
Traçando as origens indígenas, a chegada de europeus, dos escravos africanos e mesmo de libaneses e asiáticos, a cerimônia tentará mostrar que foi no Brasil, de uma certa forma, que o mundo se encontrou. Com criatividade, mas sem a pompa chinesa ou a tecnologia dos ingleses, o evento ainda mandará uma outra mensagem: a de que a imigração é positiva.
O jornal O Estado de S.Paulo apurou que o tema foi recebido com entusiasmo pela ONU, que, nos últimos meses, tem feito uma ampla campanha contra movimentos de extrema direita e xenófobos, com governos fechando fronteiras e a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.
Em um momento em que partidos políticos e candidatos como Donald Trump, nos Estados Unidos, ganham terreno com propostas de erguer muros, a ONU e o COI estimam que a mensagem que o Brasil passará ao mundo será “poderosa”.
Não por acaso, a chama olímpica passou pela sede da ONU depois de ser acesa na Grécia, em um evento que contou até mesmo com o secretário-geral da entidade, o sul-coreano Ban Ki Moon. “Queremos mandar uma mensagem de esperança ao mundo. O esporte construí pontes e não cria muros. O que compartilhamos é maior do que o que nos divide”, disse o presidente do COI, o alemão Thomas Bach.