Uma garça-branca, espécie migratória que utiliza os lagos da cidade para descansar e se alimentar, é a vítima mais recente do uso do cerol (cola com vidro moído) e da linha chilena (cola com óxido de alumínio e pó de quartzo) nas linhas de pipa. Ha uma semana a ave foi resgatada no Lago dos Patos com o bico e as patas enroscadas e, mesmo após receber todos os cuidados, não resistiu aos ferimentos e morreu.
De janeiro a julho deste ano a clínica veterinária do Zoológico de Guarulhos atendeu 27 aves feridas por linhas cortantes, sendo que, dessas, dez não resistiram e quatro não poderão voltar à natureza por conta de lesões permanentes. Com a chegada de agosto, mês que costuma ter ventos mais fortes, a tendência é o aumento do número de aves feridas e mortas em decorrência de uma prática ilegal que transforma linhas em verdadeiras armas.
Os pássaros são as principais vítimas do uso do cerol e da linha chilena, porém, tal prática também pode causar graves ferimentos e até mortes entre pedestres e motociclistas, prejuízos à rede de distribuição de energia elétrica e ao patrimônio público quando, por exemplo, pedaços de linhas deixados no chão se enroscam nas pás das roçadeiras utilizadas para zeladoria de praças e parques, o que causa danos ao equipamento e atraso no trabalho.
Em Guarulhos, quem for flagrado ao comercializar ou utilizar essas linhas pode sofrer receber multa de R$ 1.400, mesmo para quem usa essas linhas para fins “recreativos”. Vale lembrar também que tramita no Congresso Nacional o projeto de lei 3.358/20, que tipifica a posse, o uso e a comercialização dessas linhas como crime com pena de três meses a um ano de detenção.
Denúncias podem ser feitas à Central da GCM pelo telefone 153. Não é necessário se identificar.