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CET testa SP Sem Minhocão na Virada

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) usará o fim de semana da Virada Cultural para testar o comportamento do trânsito do centro da cidade sem o Elevado Costa e Silva, o Minhocão. No próximo sábado, data do evento, a via elevada será fechada às 15 horas e só será devolvida aos automóveis na manhã de segunda-feira.

O teste deverá ser um dos elementos usados em um estudo que a companhia vem conduzindo para determinar a viabilidade do não funcionamento do elevado aos sábados. Dependendo do resultado, o sábado seguinte, dia 27, também terá Minhocão liberado para pedestres, ciclistas e outros praticantes de esportes.

O estudo, cujos resultados só devem ser divulgados no mês que vem, é feito paralelamente a uma discussão na Câmara Municipal sobre projeto de lei que determina o fechamento do elevado nos fins de semana. O vereador José Police Neto (PSD), autor do projeto – já aprovado em primeira votação, mas que depende de mais um turno de análise antes de ser levado à sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) – comemora a realização da pesquisa.

“Haddad foi convencido de que São Paulo produz espaços de lazer espontaneamente. Parque Minhocão é o maior exemplo. A cidade será mais humana e sustentável trocando carros por pessoas”, diz o vereador.

O prefeito, entretanto, lembra que é dele, e não da Câmara, o poder de regulamentar o trânsito da capital. “O trânsito da cidade não é regulado por lei. É regulado pela autoridade de trânsito. Ela que determina o que funciona e o que não funciona, a mão de ruas. Esses assuntos são típicos de autoridade de trânsito”, explicou Haddad.

“Para a Virada, nós precisamos fazer isso. Para ela acontecer da maneira como foi planejada, vai ter esse fechamento a partir das 15 horas. A CET vai estar acompanhando os fluxos até para dar uma resposta técnica para a sociedade. A sociedade, por meio da Câmara, está reivindicando análises dessas alternativas”, continuou o prefeito. Para Haddad, o fechamento do Minhocão para a Virada é uma oportunidade “para ver como é que a cidade reage” à perda do elevado como rota de escoamento do tráfego de automóveis particulares.

Engenheiros de trânsito ouvidos pelo Estado dizem que o fim de semana da Virada Cultural não é o momento para fazer um teste assim. “Não adianta fazer nenhum acompanhamento. É dia atípico. Dia atípico só serve para comparar com dia atípico. Arroz com feijão se compara com arroz com feijão, caviar com caviar”, ironiza o engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET.

Para ele, um acompanhamento das reações da cidade durante o fechamento do elevado aos sábados só poderia ser feito em sábados comuns. “E por vários sábados seguidos”, completa o engenheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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