Um chapéu bicorne (de dois bicos) de feltro preto que pertenceu a Napoleão Bonaparte foi vendido em um leilão da França por 1,93 milhão (cerca de R$ 10,3 milhões), no último final de semana. O valor pago foi recorde, superando uma venda de 1,88 milhão de (aproximadamente R$ 9,2 milhões), em 2014.
Os lances pelo objeto começaram com em 500 mil (R$ 2,6 milhões) e superaram com folga a avaliação inicial de entre 600 mil (R$ 3,2 milhões) e 800 mil (R$ 4,2 milhões). A identidade e a nacionalidade do comprador não foram divulgadas.
Segundo especialistas, Napoleão usou por volta de 120 chapéus em um período de 15 anos, o que explica o motivo de as peças aparecem com certa frequência em leilões. "O chapéu por si só representa a imagem do imperador", disse à agência de notícias France-Presse em outubro passado o diretor do leilão, Jean-Pierre Osenat.
Em 2018, um chapéu preto desbotado e rasgado atribuído a Napoleão e que teria sido encontrado em um campo de batalha em Waterloo foi vendido por mais de US$ 400 mil (R$ 1,9 milhão). O exemplar de 2014, que detinha o recorde, foi vendido a Kim Hong-Kuk, fundador sul-coreano e presidente do conglomerado alimentar Harim, e custou cerca de cinco vezes o preço pedido no lance inicial. Esse chapéu veio de uma coleção que pertencia à família real de Mônaco.
Outros leilões de itens de Napoleão nos últimos anos incluíram retratos, cartas, seus frascos de colônia, uma faca usada em uma tentativa frustrada de assassinato, um berço dourado, um rifle de caça enfeitado com joias e até mesmo suas meias. Um anel de noivado pertencente à mulher do imperador, Josephine, foi vendido por US$ 1,2 milhão (R$ 5,88 milhões) em 2013.
<b>Chapeleiro oficial</b>
O bicorne leiloado no final de semana passado foi produzido por Pierre-Quentin-Joseph Baillon, assessor pessoal do imperador desde 1806. De acordo com especialistas, Napoleão adicionou ao acessório uma roseta com as cores da bandeira da França quando estava no Mediterrâneo, ao retornar da Ilha de Elba, em 1.º de março de 1815.
O chapéu permaneceu na família de Napoleão até o final do século 19, antes de ser revendido a diversos colecionadores. Ele fazia parte de uma coleção do empresário francês Jean Louis Noisiez, que morreu no ano passado.
<b>Fascínio</b>
Napoleão, um forasteiro da Córsega que governou a França em 1799, há muito fascina colecionadores de todo o mundo. O primeiro leilão dos seus pertences aconteceu nos anos seguintes à sua morte, em 1821, na Ilha de Santa Helena, onde vivia no exílio. No pregão do final de semana passado, uma espada de Josephine e uma pistola não foram vendidos e serão leiloados novamente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>