O rei Charles III foi diagnosticado com câncer e suspendeu seus compromissos públicos para se submeter a tratamento, lançando uma sombra sobre um reinado que começou há apenas 18 meses. O anúncio foi feito pelo Palácio de Buckingham nesta segunda-feira, 5, uma semana depois que o soberano de 75 anos recebeu alta de um hospital de Londres, após um procedimento para tratar aumento benigno da próstata.
O palácio não forneceu detalhes sobre o tipo de câncer ou onde ele foi encontrado, apenas que, durante o recente procedimento, uma "suspeita separada de preocupação foi observada" e posteriormente confirmada como cancerígena. O rei começou o tratamento ontem.
Os funcionários do palácio disseram que Charles manterá suas funções de chefe de Estado, incluindo sua reunião semanal com o primeiro-ministro Rishi Sunak. Outros membros da família real, principalmente o príncipe William, herdeiro do trono, o substituirão nos eventos públicos.
O palácio disse que Charles "permanece totalmente positivo em relação ao seu tratamento" e espera retomar os compromissos públicos em breve. Ele retornou a Londres de sua residência de campo, Sandringham, para iniciar o tratamento como paciente ambulatorial.
Charles, que ascendeu ao trono em setembro de 2022 após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, sempre teve boa saúde. A revelação do tratamento da próstata e, agora, do diagnóstico de câncer, é incomum para a família real, cujos membros geralmente revelam pouco sobre sua saúde. Após a morte da rainha, aos 96 anos, o palácio emitiu seu atestado de óbito, que listou a causa simplesmente como "velhice".
Os funcionários do palácio deixaram claro que não emitiriam atualizações regulares sobre a condição do rei e pediram aos repórteres que não tentassem entrar em contato com as pessoas envolvidas em seu tratamento. Segundo a declaração oficial, o rei escolheu compartilhar seu diagnóstico "para evitar especulações e na esperança de que isso possa ajudar a compreensão pública para todos aqueles ao redor do mundo que são afetados pelo câncer".
<b>Saúde real</b>
As autoridades do palácio disseram que a rainha Camilla continuaria a realizar um programa completo de compromissos oficiais durante o tratamento de seu marido.
A doença de Charles marca um período de notícias preocupantes sobre a saúde da família real. Kate, mulher do príncipe William, ficou internada por quase duas semanas após ser submetida a uma cirurgia abdominal. Ela recebeu alta na semana passada, mas o Palácio de Kensington divulgou poucos detalhes.
Sarah Ferguson, duquesa de York e ex-mulher do irmão mais novo do rei, o príncipe Andrew, disse recentemente que havia sido diagnosticada com melanoma, um tipo de câncer de pele. Esse foi seu segundo diagnóstico de câncer em um ano. Ferguson, de 64 anos, falou publicamente sobre sua decisão de se submeter a uma mastectomia e cirurgia reconstrutiva no ano passado, após um diagnóstico de câncer de mama.
Em seu tempo no trono, Charles tem sido uma figura de continuidade para a Casa de Windsor e um soberano mais engajado politicamente do que sua mãe.
No ano passado, ele recebeu no Castelo de Windsor a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, depois que ela assinou um acordo comercial com Sunak para a Irlanda do Norte. O momento atraiu críticas e alguns consideraram uma intervenção imprópria do monarca na política.
O rei também fez duas visitas de Estado muito bem-sucedidas à Europa, discursando no Parlamento alemão, em alemão, e atraindo uma multidão em Paris, durante uma caminhada com o presidente Emmanuel Macron. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>