O mundo político está em polvorosa. Não se fala em outra coisa que não sejam os esquemas ligados a Delta Construções, “coincidentemente” a empreiteira que mais recebe recursos do PAC, o tão comemorado Programa de Aceleração do Crescimento, uma das principais bandeiras eleitorais do PT. Há notícias baseadas nas investigações da Polícia Federal sobre empresas de fachada, ligadas ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira.
A empreiteira carioca teria montado um “deltaduto” para irrigar campanhas eleitorais. A CPI do Cachoeira, instalada nesta quinta-feira no Congresso, será uma ótima oportunidade para investigar os negócios do contraventor e seus elos com a construtora e políticos. Nesse sentido, como toda CPI séria, tem que ir a fundo numa verdadeira limpeza ética, independente dos partidos envolvidos. Se houver ervas daninhas no nosso partido, elas devem ser arrancadas e jamais escondidas sob o tapete, como adoram fazer os petistas.
Neste sentido, se há indícios de que os contratos da Delta são movidos por esquemas políticos, todos devem ser checados. Inclusive os firmados entre a empresa e a Prefeitura
de Guarulhos, conforme mostrou a imprensa local, que pagou R$ 1,5 milhão pela pavimentação de duas avenidas em Cumbica no ano passado. Assim como a suspeita construção do Puxadão do Aeroporto de Guarulhos, cujo teto desabou às vésperas de sua inauguração, em dezembro. Neste caso, inclusive, houve questionamentos da Justiça devido à dispensa de licitação.
E por falar em tetos que caem, as investigações em cima de empreiteiras contratadas pelos governos do PT devem chegar a Teto, responsável pelo elefante branco Terminal Rodoviário de Guarulhos, que levou R$ 18 milhões de dinheiro público numa obra – de utilização duvidosa – que não resistiu ao primeiro vento mais forte. Esta é mais uma empreiteira acusada de envolvimento em negócios escusos, a ponto de chegar a ser impedida de fechar novos contratos com o poder público, enquanto a situação não ficar esclarecida.
Aliás, o PT poderia resgatar o espírito investigativo que dizia ter antes de chegar ao poder. Mais uma vez, contrariando seus princípios, em Guarulhos, desde que assumiu a Prefeitura, a companheirada – em 12 anos – não permitiu que nenhuma CPI fosse instalada pelos vereadores, numa demonstração de que quem deve teme.
Por outro lado, nós do PSDB pregamos a transparência acima de tudo, provando que é possível administrar a coisa pública com os olhos voltados à população, sempre defendendo os interesses da sociedade. Sem os deltadutos, tetodutos ou outros dutos que só servem para levam embora o dinheiro público. Digo e repito quantas vezes forem necessárias: é possível fazer muito mais com menos.
Carlos Roberto de Campos
Empresário, suplente de deputado federal e presidente do PSDB Guarulhos
