O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, pediu nesta terça-feira, 26, ao Brasil e outras nações para “adotar mais atitudes para isolar o regime de Maduro”, referindo-se ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. “Chegou a hora de agir com mais firmeza”, disse. E acrescentou que, ao fazer isso, os países terão um “parceiro firme” na região. O recado claro foi transmitido após almoço com o presidente Michel Temer no Palácio Itamaraty. “Como o presidente Trump deixou claro, os Estados Unidos não serão meros observadores da situação”, frisou.
Pence agradeceu o “forte apoio” do Brasil às sanções econômicas adotadas por seu país e conclamou a liderança do Brasil em outras iniciativas para isolar o regime de Caracas. Ele ressaltou os esforços do Brasil para suspender a Venezuela do Mercosul, a atuação “preponderante” no Grupo de Lima e a aliança feita neste mês para iniciar o processo de suspensão da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A Venezuela, disse Pence, já foi um dos países mais ricos da região. Mas hoje está falida. “Outrora rica, está pobre. Antes livre, está pressionada. O colapso do país, disse ele, tem repercussão em toda a região. O regime de Maduro provocou o que chamou de “maior êxodo da história do hemisfério”, com a saída de 2 milhões de pessoas da Venezuela.
Ao informar que visitará amanhã um abrigo para refugiados venezuelanos em Manaus, Pence informou que os Estados Unidos já investiram US$ 20 milhões em programas para apoiar venezuelanos que deixaram seu país. Para os esforços humanitários, foram doados US$ 40 milhões. E hoje ele anunciou um aporte adicional de US$ 10 milhões, dos quais US$ 1,2 milhão diretamente no Brasil.
Na avaliação de Pence, Maduro construiu uma “ditadura brutal”, prendeu a oposição e negou ajuda aos mais vulneráveis. “Os Estados Unidos serão solidários ao povo da Venezuela e continuarão a trabalhar para responsabilizar Maduro”, afirmou. “O povo venezuelano merece coisa melhor.”