Economia

Chery vê risco financeiro em atender às exigências de metalúrgicos em greve

A Chery reconheceu que tem dificuldades para atender às exigências dos funcionários da fábrica de Jacareí (SP), que deflagraram greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira, 6, pedindo melhores salários e melhores condições de trabalho. Em nota à imprensa, a montadora chinesa ponderou que é uma empresa recém-chegada ao Brasil e avaliou que atender às exigências dos metalúrgicos neste momento colocaria em risco a saúde financeira e o futuro da montadora no País.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirma que, desde a inauguração da fábrica, em agosto do ano passado, vem pressionando a Chery a assinar a convenção, mas a empresa estaria se recusando a reconhecer os direitos da categoria e a legislação trabalhista brasileira. Dentre as práticas consideradas “arbitrárias”, estão baixos salários, terceirização ilegal, falta de equipamentos adequados para execução de tarefas, desrespeitos às normas de saúde e segurança e “péssima” qualidade da comida.

De acordo com o sindicato, a Chery paga um piso salarial de R$ 1.199 para montador, enquanto um trabalhador com a mesma função na General Motors (GM) tem um salário inicial de R$ 3.500. A empresa também estaria se recusando a praticar a jornada de trabalho de 40 horas semanais e a assegurar estabilidade no emprego para vítimas de acidente de trabalho ou de doenças ocupacionais, como previsto na convenção coletiva da categoria.

A empresa, por sua vez, afirmou que, desde a reunião com o sindicato dos metalúrgicos, em 25 de março, vem estudando uma nova proposta. A fabricante propôs reajustes salariais que variam de 10% a 12,6%, “maiores do que a média praticada pelo mercado, que gira em torno de 8%”. Segundo a montadora, para seguir com o plano de expansão, a Chery tem mantido postura “cautelosa” e “responsável” para continuar gerando empregos na unidade de Jacareí, diante de um cenário de crise do setor automotivo,

A montadora destacou que tem seguido esse plano de expansão sem desrespeitar a legislação ou pôr em risco a saúde e segurança dos funcionários. “Atender às exigências do sindicato na íntegra, neste momento, seria colocar em risco a saúde financeira e o futuro da montadora no país, que veio para ficar. A empresa está disposta a entrar em acordo com o sindicato, desde que isso signifique a estabilidade da Chery e de todos os seus funcionários”, afirmou na nota.

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