A NFL realiza neste domingo o Super Bowl LV (55, em numerais romanos), a grande final da liga norte americana de futebol americano, às 20h30 (horário de Brasília), que vai colocar frente a frente o Kansas City Chiefs, buscando o segundo título consecutivo, e o Tampa Bay Buccaneers, novo time do interminável quarterback Tom Brady, que chega à sua 10.ª decisão. O jogo vai coroar também uma temporada que, mesmo com todas as adversidades criadas pela pandemia, começou e vai terminar nas datas previstas.
Em coletiva de imprensa realizada na última semana, Allen Sills, diretor médico da NFL, parabenizou o comprometimento das equipes com os protocolos sanitários, destacando que a liga teve, entre agosto e o último dia 30, somente 725 casos positivos de covid-19, sendo 262 jogadores, em 957.400 testes realizados (cerca de 127 vezes o número de exames realizados pela CBF no Brasileirão), o equivalente a uma taxa de positividade de 0,08%.
Liga esportiva mais rentável do planeta, com receita estimada de US$ 16 bilhões (aproximadamente R$ 86 bilhões) em 2019, a NFL teve recursos virtualmente inesgotáveis para implementar rígidas normas com exames diários para todos os jogadores e técnicos, além de adaptações nos centros de treinamento das equipes e investimentos em tecnologias para mitigar os eventuais surtos que aconteceram. Somente 18 dos 256 jogos na temporada foram adiados em decorrência da pandemia, sem nenhum cancelamento.
"Eu realmente gostaria de saber (quando o mundo voltará ao normal). Nós vimos nesta temporada que não podemos planejar as coisas com antecedência em uma pandemia", disse Roger Goodell, o principal mandatário da NFL. "A única coisa que eu sei é que aprendemos a operar em um cenário de enormes dificuldades e temos a habilidade de fazer isso novamente."
A televisão também sofreu efeitos da pandemia. A CBS, emissora que vai transmitir o Super Bowl este ano nos Estados Unidos, e conseguiu vender todos os espaços comerciais para a decisão, com uma média de US$ 5,5 milhões (R$ 29,5 milhões) por 30 segundos de anúncio.
O número é uma queda ante a final do ano passado, quando os mesmos 30 segundos custaram US$ 5,6 milhões (R$ 30,1 milhões). Com menos caixa disponível em decorrência da pandemia, as empresas reviram a estratégia de colocar anúncios na partida.
Por aqui, a ESPN, que transmite o Super Bowl a partir das 20h30, não vai mandar equipes aos Estados Unidos, como fez por vários anos. "Claro que você lamenta a oportunidade perdida, é uma pena não poder viajar. Mas temos que compreender a atual situação do mundo e entregar nosso melhor daqui", diz Fernando Nardini, que vai narrar a decisão da NFL pela primeira vez, substituindo Everaldo Marques, que foi para o SporTV.
O JOGO – Mesmo com todas as dificuldades envolvendo a pandemia, o confronto do Super Bowl LV é muito aguardado pelos fãs da NFL. De um lado, o Kansas City Chiefs, atual campeão que está buscando o bicampeonato consecutivo (o terceiro título em sua história) e é capitaneado por Patrick Mahomes, o quarterback de 25 anos que no ano passado assinou um contrato recorde de dez anos valendo US$ 503 milhões (R$ 2,7 bilhões). A equipe só perdeu dois jogos desde novembro de 2019 e tem o melhor ataque da liga atualmente.
No outro lado do campo, o Tampa Bay Buccaneers volta para a final pela primeira vez em 18 anos. A reviravolta da equipe aconteceu com a chegada de Tom Brady, considerado o maior quarterback de todos os tempos, e que aos 43 anos alcança a 10.ª final na sua carreira. O marido da modelo brasileira Gisele Bündchen deixou o New England Patriots, onde fez história ao ganhar seis títulos, e aceitou o desafio de comandar o time da Flórida.
"Esse é um confronto entre o futuro da NFL (Mahomes) e uma lenda (Brady), tem uma carga emocional que traz uma atratividade muito grande para os fãs", fala Fernando Nardini. "Os dois times se enfrentaram durante a temporada, com vitória do Chiefs por 27 a 24, mas não nos iludamos, o Buccaneers evoluiu demais nos playoffs e agora a situação diferente. Vai ser o ataque espetacular de Kansas City contra esse time embalado de Tampa."
Nas casas de apostas, o Kansas City Chiefs é o favorito por 3,5 pontos para ganhar mais um título, mas a vantagem diminuta mostra o respeito que todos têm por Tom Brady. O clima pode ser um fator, as últimas projeções dão 40% de possibilidade de chuva na hora da final.