Os chilenos enfrentarão a eleição presidencial mais acirrada e polarizada dos últimos anos no domingo, 19, quando terão que escolher entre o esquerdista Gabriel Boric e candidato o de extrema direita José Antonio Kast. Quem ganhar será o primeiro presidente a não integrar um partido tradicional e cujo bloco parlamentar será o menor desde o retorno da democracia em 1990.
Estão aptas a votar 15 milhões de pessoas, mas o voto é voluntário e a abstenção deve ser de cerca de 50%, de acordo com previsões, o que sugere um resultado muito estreito. Isso levou os comandos de ambos os candidatos a procurar mais apuradores para monitorar a contagem dos votos.
Com um discurso que apela à ordem e à segurança, Kast ganhou o primeiro turno no dia 21 de novembro com 27,9% dos votos, seguido por Boric, que obteve 25,8% dos votos. Kast teve melhor desempenho em áreas populares e varreu áreas rurais, enquanto Boric prevaleceu entre os jovens e mulheres, especialmente nas áreas urbanas perto da grande Santiago.
Em seus últimos comentários no encerramento de suas campanhas eleitorais, ambos instaram seus seguidores a participar da eleição de domingo. Os candidatos modificaram e suavizaram seus programas – mais Kast do que Boric – em busca do voto de centristas, que os escapou no primeiro turno.
A maioria dos eleitores que vão às urnas no domingo "vota mais por instintos e afinidades", disse Carla Rivera, historiadora e analista. "Não sei o quanto eles sabem sobre o programa do candidato".