Estadão

Chile massacra Bolívia, mas cede o empate e deixa escapar chance de entrar no G4

Foram três, quatro, cinco, muitas chances claras criadas e desperdiçadas. Num jogo no qual massacrou a Bolívia do início ao fim e merecia vitória tranquila em Santiago, o Chile acabou cedendo o empate após derrubar a muralha defensiva rival e, com tropeço por 1 a 1, deixou escapar a chance de fechar a rodada das Eliminatórias na zona de classificação à Copa do Mundo do Catar.

Após abrir o marcador com Pulgar, na metade da segunda etapa, imaginava-se que o Chile conseguiria segurar o resultado num jogo até então sem sustos frente um oponente defensivo. Porém, uma bola na mão dentro da área mudou o rumo da partida. Moreno decretou o castigo chileno com gol de pênalti.

Depois de péssimo início nas Eliminatórias, com somente uma vitória em cinco jogos, o Chile entrou em campo sonhando em dormir na zona de classificação para a Copa. Mesmo com somente cinco pontos, um triunfo o levava ao quarto lugar pelo tropeço dos oponentes, nos critérios de desempate. Teria mais saldo de gols que o Uruguai.

A rodada era perfeita com derrapadas de uruguaios, do Paraguai e da Colômbia. Os três pontos no estádio San Carlos de Apoquindo, em Santiago, eram imprescindíveis diante de um adversário que não deve lutar na parte de cima da classificação.

O técnico Martín Lasarte não apenas escalou a equipe ofensivamente como a fez adotar postura de buscar o ataque desde o apito inicial. Foi um bombardeio ao gol de Lampe, que trabalhou muito antes do intervalo e ainda viu a sorte ajudar com zagueiro salvando bola em cima da linha ou a bola raspar a trave.

O 0 a 0 no intervalo acabou barato aos visitantes e não refletiu o futebol apresentado por ambos em campo. Foram 12 finalizações do contra 1. O Chile se cansou de perder gols, enquanto a Bolívia não passava do meio campo.

Segurar os chilenos, apenas, não agradou o treinador boliviano, que voltou dos vestiários com três substituições e prometendo "atacar". Sua seleção, de cara, assustou. Equilibraria uma partida, até então, totalmente adversa?

Marcelo Moreno, do Cruzeiro, até então isolado, ganhou a parceria de Arce, com passagem pelo Corinthians no ano do rebaixamento, em 2017. Tentaram algumas vezes chegar, mas rapidamente o Chile resgatou o domínio das ações.

E, assim como nos 45 minutos iniciais, sem conseguir balançar as redes. Ora parando em Lampe, ora mandando a bola para o alto. O martírio chileno durou 69 minutos até seus meias "resolverem". Aranguiz cruzou para infiltração surpresa de Pulgar, que abriu o marcador de cabeça. Os sorrisos na comemoração mostravam o alívio dos jogadores de La Roja.

O alívio, contudo, não durou nem 10 minutos. Se transformou em drama com um pênalti anotado após chute de Moreno bater na mão de Maripán. O artilheiro das Eliminatórias bateu no ângulo e empatou. Sexto gol dele na competição.

O Chile, que tanto lutou para abrir o marcador, tinha apenas 8 minutos e os acréscimos para evitar a frustração num jogo no qual massacrou e merecia os três pontos. Desta vez, na base do desespero, as jogadas não deram certo e a equipe voltou a lamentar um resultado ruim. Ausente na Copa da Rússia, em 2018, o martírio chileno parece longe de terminar.

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