O Chile realiza neste domingo um plebiscito pelo qual os cidadãos do país decidirão se aprovam ou rejeitam a redação de uma nova constituição e qual será o sistema de elaboração do texto, se a primeira opção vencer. Neste caso, as alternativas são uma a redação por uma Convenção Mista, formada por um número igual de congressistas e membro eleitos, ou uma Convenção Constitucional, em que o documento seria redigido apenas por membros eleitos.
O presidente Sebastián Piñera, que antes da convocação do referendo se opunha à mudança, votou cedo, antes das 9 horas, e convocou os chilenos a votarem, dizendo que "todas as vozes importam". Além de Piñera, outros pré-candidatos à Presidência do Chile, como Daniel Jadue e José Antonio Kast, também já votaram, segundo o jornal chileno La Tercera. O periódico informou ainda que, na Nova Zelândia, 90% dos chilenos residentes votaram pela aprovação de redação de um novo texto. No Chile, são registradas longas filas na maioria dos centros de votação.
Outro jornal chileno, o El Mercurio, informa que 98,29% das mesas de votação já estão instaladas no Chile e exterior, conforme o Serviço Eleitoral do Chile (Servel). O porcentual representa 44.150 mesas, sendo 43.995 no Chile e 155 em outros países como Espanha, Reino Unido, Noruega, Brasil, Argentina e Uruguai.
A votação teve início às 8h (horário local) e se encerrará às 20h. Mais de 14,1 milhões de chilenos estão aptos a votar – a votação é voluntária. O processo eleitoral ocorre em meio à pandemia de covid-19 que, no Chile, contabiliza quase 500 mil casos e 13,8 mil mortes. A média diária de novos casos entre os chilenos tem variado de 1,5 mil a 2 mil casos. Em razão deste cenário, o horário de votação foi estendido em duas horas para reduzir as aglomerações, com diferenciação para os maiores de 60 anos.
O plebiscito foi uma das reivindicações dos protestos sociais no país há cerca de um ano. A Constituição atual entrou em vigor durante o regime militar chileno, de 1973 a 1990.
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