Centenas de pessoas protestaram neste domingo, 10, em frente a uma agência do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) na cidade de Zhengzhou, na província de Henan, cerca de 620 quilômetros a sudoeste de Pequim. Os manifestantes estão entre os milhares de clientes não conseguem retirar seus fundos de seis bancos rurais em Henan e na província vizinha de Anhui depois de a mídia local noticiar que o chefe da controladora dos bancos estava fugindo e era procurado por crimes financeiros.
O que havia sido um escândalo local tornou-se um incidente nacional no mês passado por causa do uso indevido do aplicativo de rastreamento de covid-19. Muitos manifestantes que partiram para Zhengzhou para exigir ações dos reguladores descobriram que seu estado de saúde no aplicativo ficou vermelho, impedindo-os de viajar. Alguns relataram ter sido interrogados pela polícia após o check-in em seu hotel sobre o motivo de terem vindo para a cidade. Cinco funcionários de Zhengzhou foram posteriormente punidos.
Os manifestantes se reuniram antes do amanhecer em frente ao prédio do PBoC em Zhengzhou. De acordo com uma mulher que se identificou apenas como Zhang, a polícia fechou a rua e às 8h do horário local começou a se concentrar do outro lado. Os manifestantes foram levados de ônibus para vários locais e forçados a assinar uma carta garantindo que não se reuniriam mais, segundo Zhang. A política então anunciou aos manifestantes que aquela era uma reunião ilegal e os participantes seriam detidos e multados se não saíssem. Por volta das 10h, homens de camisetas lisas correram contra a multidão e a dispersaram.
No final de domingo, os reguladores bancários de Henan publicaram um pequeno aviso em seu site dizendo que as autoridades estão acelerando a verificação dos fundos dos clientes em quatro dos bancos e a formulação de um plano para resolver a situação para proteger os direitos e interesses do público. Fonte: Associated Press.