O governo da China criticou nesta quarta-feira, 1º de março, um novo comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos dedicado a conter Pequim, e exigiu que seus membros "descartem seu viés ideológico e a mentalidade de soma zero da Guerra Fria". O Comitê Seleto da Câmara sobre o Partido Comunista da China precisa "ver a China e as relações China-EUA sob uma luz objetiva e racional", defendeu Mao Ning, porta-voz da chancelaria, em entrevista coletiva diária.
A porta-voz disse que o governo chinês espera que instituições e indivíduos dos EUA precisam parar de retratar o país como uma ameaça, com citações de desinformação, além de "difamar o Partido Comunista", com o objetivo de "tentar ganhar pontos políticos às custas das relações" bilaterais.
O comitê começou a trabalhar nesta terça-feira, e qualificou a competição entre EUA e China como "uma luta existencial sobre como será a vida no século 21". As relações entre os países estão no pior momento em anos, com tarifas retaliatórias e acusações no comércio, além do fato de que Washington critica a resposta da China ao longo da pandemia.
A agressividade chinesa com Taiwan, o desejo de Pequim de controlar o Mar do Sul da China e um voo recente de um suposto balão espião chinês sobre território americano motivaram legisladores americanos a fazer mais para tentar conter o rival.
A criação do comitê foi aprovada por 365 a 65 votos na Câmara dos Representantes, em rara decisão bipartidária no Legislativo dividido. O presidente do comitê é o republicano Mike Gallagher, um duro crítico de Pequim. Segundo ele, a China tem encontrado amigos em Wall Street e lobistas em Washington que já se opõem ao comitê.