O governo da China afirmou estar “seriamente preocupado” com o questionamento pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, do apoio dos EUA à ideia, considerada crucial para Pequim, de que China e Taiwan estão unidas pela “política de uma China única”.
Falando à rede Fox News no domingo, Trump explicou por que aceitou um telefonema com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, mais cedo neste mês: “Eu não sei por que temos de estar vinculados à política da China única a menos que nós façamos um acordo com a China tendo de fazer outras coisas”, afirmou o empresário.
“O lado chinês tomou nota dos relatos relevantes e estamos seriamente preocupados com isso”, afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira em Pequim.
Trump disse que a tática chinesa para o câmbio e tarifas, a presença militar no Mar do Sul da China e o apoio chinês ao programa nuclear da Coreia do Norte são áreas nas quais o governo chinês trabalha contra os objetivos dos EUA.
O tabloide chinês nacionalista Global Times afirmou que o presidente eleito “estava tão confuso quanto uma pequena criança” na política externa. “A política da China Única não é algo que pode ser comprado ou vendido”, afirmou a publicação.
O regime de Pequim considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas liderados por Chiang Kai-shek estabeleceram um governo ali em 1949, escapando após anos de guerra civil. O apoio de Washington ao princípio da “China Única” e a retirada do reconhecimento diplomático do governo de Taiwan foram condições para o restabelecimento das relações diplomáticas entre EUA e China em 1979. Fonte: Dow Jones Newswires.