A meta de crescimento de 5,5% para o PIB chinês neste ano é a mais baixa em mais de um quarto de século de planejamento econômico e reflete o aumento das incertezas domésticas e globais em um ano político importante para o líder Xi Jinping. Anunciada pelo primeiro-ministro Li Keqiang neste sábado (5), a meta marca a queda da já modesta previsão de 6% que o país havia estabelecido para 2021, ano em que superou a estimativa, com 8,1% de expansão.
Li descreveu a meta do PIB deste ano como "uma taxa de crescimento médio-alta", que, segundo ele, demonstraria a "capacidade da China de se mover proativamente", dados os vários desafios que a economia enfrenta.
A estimativa mais baixa do PIB ocorre em meio à crescente pressão na segunda maior economia do mundo e indica as preocupações dos formuladores de políticas sobre o impacto das desacelerações projetadas pelo governo nos setores imobiliário e de tecnologia, bem como o aumento das incertezas geopolíticas diante da guerra na Ucrânia.
Embora a China tenha tido poucos problemas para superar sua meta de crescimento do PIB em 2021, dada a força de sua recuperação pós-pandemia, enfrentará problemas mais desafiadores para atingir a meta mais baixa deste ano.
A economia entrou em 2022 com uma forte desaceleração no crescimento ano a ano, de níveis percentuais de dois dígitos no primeiro semestre de 2021 para apenas 4% de crescimento no último trimestre.