Reunidos em evento do setor em Xangai, fabricantes e fornecedores de chips chineses receberam negativamente as notícias de que os EUA planejam ampliar os controles de exportação visando o setor.
Diante das possíveis novas regras, a Yangtze Memory Technologies (YMTC) instou os fornecedores a mostrarem "integridade" e entregarem peças de maquinário que já tenham sido compradas. A empresa é a principal fabricante de chips de memória flash da China. Esses chips são essenciais em todos os tipos de dispositivos eletrônicos, incluindo computadores e smartphones.
Em outubro, a YMTC foi colocada na "lista não verificada" do Departamento de Comércio como uma empresa que gerava preocupação para os interesses dos EUA. Em dezembro, a companhia foi transferida para a "lista de entidades", o que significa que os exportadores dos EUA precisam obter uma licença antes de vender os produtos ou serviços da empresa. Colocar o YMTC na lista tem como objetivo impedir que a China desenvolva tecnologias que possam lhe dar uma vantagem na defesa ou em outras áreas que Washington considere críticas para a segurança nacional.
Mais medidas visando a indústria de semicondutores da China são prováveis. A Casa Branca está considerando restringir ainda mais as exportações para a China de chips usados em inteligência artificial, informou o Wall Street Journal. A Holanda publicou novas regras na semana passada dizendo que as empresas holandesas de semicondutores terão que obter permissão do governo antes de poderem vender certos tipos de ferramentas de fabricação de chips no exterior. Já a China disse, na segunda-feira, que está impondo restrições à exportação de gálio e germânio, dois minerais que os EUA dizem ser críticos para a produção de semicondutores, sistemas de mísseis e células solares.
Globalmente, a receita das empresas de semicondutores atingiu US$ 573 bilhões em 2022, de acordo com a SEMI, um órgão global da indústria de cadeia de suprimentos de semicondutores que organizou o evento anual de Xangai. Espera-se que isso cresça para US$ 1 trilhão até o final da década, impulsionado pela demanda por chips em carros e data centers e pela rápida adoção de inteligência artificial em todos os setores.