A China informou ontem que estabeleceu uma "parceria estratégica" com a Autoridade Palestina durante uma visita a Pequim do presidente palestino, Mahmoud Abbas. O anúncio marcou mais um passo na campanha da China para ganhar influência política e econômica no Oriente Médio, onde compete com os EUA. Abbas foi recebido com todas as honras militares no Grande Salão do Povo, na capital da China.
A China está buscando recursos energéticos e mercados para suas exportações militares e civis, ao mesmo tempo em que promove sua versão de governo autoritário como parte do desafio conjunto com a Rússia à ordem mundial democrática liderada pelo Ocidente.
Pequim há muito mantém relações diplomáticas com a Autoridade Palestina e nomeou um enviado especial para se reunir com autoridades israelenses e palestinas. "Somos bons amigos e parceiros", disse o presidente chinês Xi Jinping a Abbas no início da reunião. "Sempre apoiamos firmemente a justa causa do povo palestino para restaurar seus direitos nacionais legítimos."
"A China está disposta a fortalecer a coordenação e a cooperação com o lado palestino para promover uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestina o mais rápido possível", disse ele. Xi chamou a parceria estratégica de "um marco importante na história das relações bilaterais", mas seus detalhes financeiros não foram divulgados imediatamente.
A China conta com essas parcerias para reforçar sua postura diplomática e dar às grandes corporações chinesas uma vantagem ao negociar acordos de infraestrutura. Enquanto isso, o país também buscou laços estreitos com Israel para expandir sua presença diplomática e obter acesso à alta tecnologia.
A visita de Abbas segue-se à realização de negociações entre o Irã e a Arábia Saudita, organizadas pela China, que resultaram na restauração das relações diplomáticas entre os dois rivais do Oriente Médio e no aumento da posição chinesa na região. A reaproximação Riad-Teerã é vista como uma vitória diplomática para a China, já que os estados árabes do Golfo percebem que os Estados Unidos estão se retirando lentamente da região mais ampla.