O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse nesta quinta-feira que Pequim irá reduzir a carga fiscal sobre as empresas chinesas para estimular o dinamismo e ajudar a mudança da economia para a indústria de consumo e serviços.
Em um longo discurso no Fórum anual Boao para a Ásia – uma resposta da China ao Fórum Econômico Mundial de Davos – Li disse para quase 2 mil autoridades estrangeiras, chinesas e líderes empresariais que o governo vai avançar com cortes de impostos, com foco particular em ajudar indústrias de serviços promissoras, incluindo aquelas envolvidos em pesquisa e desenvolvimento. Segundo o premiê, tais cortes de impostos serão de 500 bilhões de yuans (US$ 76,8 bilhões) este ano.
“Este é um passo importante para promover a reforma estrutural”, disse ele. “Temos um grande potencial de desenvolvimento, bem como a resiliência”.
Li disse que a China permanecerá aberta para o mundo e gradualmente irá liberalizar seu mercado de serviços de investimento externo e evitar uma depreciação rápida do yuan em acordo com sua tentativa de incentivar indústrias de maior valor.
O primeiro-ministro reconheceu que o caminho da China adiante não será fácil, mas disse que Pequim vai ficar com a sua promessa de entregar um crescimento de pelo menos 6,5% ao ano entre 2016 e 2020, ao mesmo tempo que segue em frente com reformas estruturais.
Li pediu por uma coordenação econômica e financeira como um antídoto para a volatilidade dos mercados, novos motores de crescimento e maior produtividade para orientar a Ásia e o mundo para uma trajetória de crescimento mais robusta.
Ele reiterou que as perspectivas de emprego da China permanecem estáveis, o consumo interno continua a crescer e que o país tem várias ferramentas para se defender contra o risco sistêmico.
Segundo o premiê, as políticas de taxas, fiscal e monetária irão promover novas fontes de crescimento, incluindo indústrias de alta tecnologia, tecnologias de ponta e de fabricação mais avançada.
Economistas apontam que a busca por crescimento de 6,5% nos próximos cinco anos poderia levar Pequim a recorrer ao estímulo excessivo e recuar as promessas de reestruturar as indústrias tradicionais. No ano passado, a China cresceu 6,9%, o ritmo mais lento em 25 anos. Fonte: Dow Jones Newswires.