A China acusou o G7 de incentivar "divisão e confronto", nesta quarta-feira, 29, após o grupo de sete das principais economias do planeta divulgar comunicado com críticas ao país asiático, na esteira da cúpula de líderes na Alemanha. Porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian afirmou que a nota reforça a narrativa de antagonismo entre democracia e autoritarismo defendida pelo Ocidente, com "difamações e ataques" contra Pequim e intromissão em assuntos domésticos.
"Isso mostra que o G7 não tem intenção de dialogar e cooperar com base na igualdade e no respeito, que o G7 permanece entrincheirado em sua mentalidade da Guerra Fria e viés ideológico", afirmou ele, durante coletiva de imprensa.
Zhao Lijian reiterou a ideia de que outros países não devem interferir na situação de Hong Kong, que voltou ao controle chinês há 25 anos. Sobre direitos humanos, ele alegou que os integrantes do G7 não "autoridade" para tratar do tema. Também lembrou da posição chinesa de que Taiwan é parte do país.
O porta-voz ainda ressaltou que a China está comprometida com as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e defende a estabilidade e paz regional. "Isso contrasta fortemente com os EUA, um belicista e manejador de sanções unilaterais ilegais", atacou.
No comunicado criticado pela China, o G7 reclamou de práticas comerciais "sem transparência" que atuam para "distorcer a economia global". Cita ainda denúncias de violações de direitos humanos no Tibete e em Xinjiang, além de pressionar Pequim a convencer a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia.