Não será só no número total de medalhas que o boxe brasileiro vai ficar longe de repetir o resultado de Guadalajara. Também já não pode mais igualar, em Toronto, as duas finais da edição passada dos Jogos Pan-Americanos. Uma das únicas duas esperanças foi embora nesta quarta-feira, com a derrota de Joedison Teixeira, o Chocolate, para Yasnier Toledo, de Cuba, na semifinal. O brasileiro ficou com o bronze, enquanto o rival foi à final.
O cubano é o grande favorito da categoria meio-médio ligeiro. Prata nas duas últimas edições do Mundial, bronze na Olimpíada de Londres (2012) e campeão do Pan de Guadalajara. No ringue nesta quarta-feira, foi alvo de alguns contragolpes certeiros de Chocolate no primeiro round, mas sobrou nos dois assaltos seguintes. Venceu por decisão unânime dos árbitros.
Aos 21 anos, o paulista Joedison estreia como titular da seleção brasileira de boxe, posto que herdou de Everton Lopes, que recentemente migrou para o boxe profissional. O Pan é a primeira competição oficial disputada por Chocolate, que só precisou fazer duas lutas para ficar com o bronze, uma vez que estreou na semifinal.
O boxe brasileiro já tem, em Toronto, o seu pior resultado em Jogos Pan-Americanos desde 1995. Naquela edição, em Mar del Plata, o depois campeão mundial Popó garantiu a única medalha (de prata) do País. No Canadá, o Brasil vai ganhar só duas medalhas, uma queda expressiva na comparação com as sete obtidas em Guadalajara, igualando o resultado de Santo Domingo (2003), quando ainda não existia o boxe feminino – menos medalhas eram distribuídas, portanto.
A única possibilidade de o Brasil fazer final é com o superpesado Rafael Lima, que também estreou nas quartas de final e faz semifinal na quinta-feira, contra Edgar Muñoz Mota, da Venezuela. Curiosamente, ele e Chocolate são os dois únicos atletas que viraram titulares da seleção neste ano.
O boxe brasileiro está muito desfalcado em Toronto. Robenilson de Jesus, Robson Conceição e Patrick Lourenço estão participando de uma liga semi-amadora da Federação Internacional de Boxe Amador (Fiba) e, por terem compromissos em datas próximas do Pré-Pan, foram proibidos de lutar a seletiva.
Como a seleção tem poucos atletas, a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) não tinha substitutos para levar ao Pré-Pan e ficou sem vaga em Toronto nas categorias mosca ligeiro e leve. A exceção foi Carlos Rocha, que foi à seletiva em substituição a Robenilson e se classificou para o Pan.