O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta quarta-feira que as questões relacionadas à sustentabilidade têm potencial para afetar as principais missões dos bancos centrais. "Os choques ambientais e climáticos podem afetar a taxa inflação são difíceis de prever. Esses choques afetam oferta e assim são mais difíceis para a política monetária. Todos nós estamos vivendo os efeitos de choques ambientais, tivemos uma onda de calor, depois geadas e agora a crise hídrica. Não faltam exemplos", afirmou.
No longo prazo, esses choques podem ter efeitos duradouros, afetando a produtividade e o crescimento e, portanto, a taxa de juros neutra", completou Campos Neto.
A autoridade monetária divulgou nesta quarta o Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas e a regulamentação de medidas do Pilar de Sustentabilidade da Agenda BC#, correspondentes às consultas públicas 82, 85 e 86.
Campos Neto afirmou que os bancos centrais precisam avaliar as vulnerabilidades do sistema financeiro em relação aos choques climáticos, que podem levar a uma reavaliação dos preços dos ativos e perdas para o sistema.
"A questão ambiental e climática que há muito tempo é tema de grande importância na agenda internacional, ganhou impulso ainda mais significativo após a pandemia de covid-19. A sociedade demanda cada vez mais que a recuperação seja sustentável e inclusiva", completou o presidente do BC.