Cidades

Cidade conta com apenas três veículos adaptados para transporte de deficientes

Familiares reclamam da dificuldade que encontram para ir fazer o tratamento

Com 1.221 pessoas portadoras de necessidades especiais cadastradas em serviços públicos, Guarulhos conta apenas com três veículos adaptados e devidamente equipados para realizar o transporte diário para tratamentos de saúde. Estima-se que juntos eles somem 30 atendimentos por dia.

Segundo Maria Auxiliadora Monteiro Linhares, mãe de Washington de 18 anos, que tem apenas 50% de visão e dificuldades de locomoção, além do número de veículos ser reduzido, eles já atendem pacientes específicos, não podendo ser usados por toda a população. "Esses adaptados já possuem pacientes fixos e o micro-ônibus que foi completamente equipado, inclusive com elevador, possui a indicação de utilização para deficientes, porém está sendo usado para o setor de zoonoses", afirmou.

Por não fazer parte da lista de pacientes físicos, as dificuldades são grandes quando Maria e o filho necessitam ir ao médico. "Quando telefonamos o veículo disponibilizado é velho, sem segurança e com os bancos quebrados. Para colocar o cadeirante nós precisamos levar nas costas, sem maca e sem o auxílio de uma pessoa preparada. É um descaso total com os pacientes que têm que colocar a vida em risco usando um carro velho", ressalta Maria. Muitas vezes, ela precisa levar o filho para atendimento público por conta dela mesma.

Horários não cumpridos complicam situação

Além dos problemas de falta de estrutura dos veículos, eles não possuem um horário correto, mesmo quando agendados. "Hoje, por exemplo, tenho que levá-la à AACD às 14h30. Solicitei o transporte e eles chegaram aqui às 10h30, não aceitei porque está extremamente cedo e fora do horário. Agora não sei se terei outro", afirma Francisca de Assis de Souza, mãe da Rafaela, de 12 anos que possui problemas de locomoção. Segundo ela, já aconteceu várias vezes de o atendimento médico ter terminado e elas aguardarem por mais de 2h o retorno do veículo. "São muitas as dificuldades que enfrentamos e só queremos um transporte de qualidade para ir ao médico e às terapias. Queremos que os nossos direitos sejam respeitados", ressalta.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que, desde o último dia 10, todos os pacientes cadeirantes são transportados em vans adaptadas. De acordo com a Secretaria, o micro-ônibus citado como utilizado pelo Centro de Controle de Zoonoses é adaptado com elevador para transporte de materiais nas ações de combate à dengue e não para cadeirantes.

Por fim, a Secretaria informa que, em razão da necessidade de novo processo de licitação, houve mudança da empresa que prestava o serviço anteriormente. Por conta disso, o serviço está passando por uma fase de reestruturação, porém os atrasos já estão sendo equacionados e normalizados.

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