Prefeitos do interior e do litoral paulista têm reaberto setores econômicos sem respeitar o plano de flexibilização definido pelo governo estadual. Em ao menos três municípios, as regras locais anunciadas pelas prefeitura contrariam o plano da gestão João Doria (PSDB). O governo informou que pode acionar o Ministério Público. Na primeira ação, após o anúncio do plano esta semana, a Justiça decidiu a favor do governo estadual.
O prefeito de Marília, Daniel Alonso (PSDB), anunciou ontem, em rede social, a reabertura de atividades econômicas previstas só na fase 4 (verde) – a cidade está na 2 (laranja). Ele informou que publicaria os decretos em edição extra. "Não tivemos por parte do governo estadual retorno ao nosso pedido de reclassificação de faixa. O governo é do meu partido e estou alinhado com ele, mas não aceito o erro que sua equipe técnica cometeu." O Estado não incluiu nenhum dos 645 municípios paulistas na fase 4.
Os decretos preveem liberar academias, salões de beleza e clínicas de estética, além de lojas de rua e shoppings com 40% da capacidade, em dois turnos diários. "Com nosso número de casos, óbitos e capacidade de internação, Marília está em condições de dar como ponto de partida a faixa verde, a 4", disse. A cidade tem 86 casos e 1 óbito.
A prefeitura de São Carlos reabriu o comércio em sistema de rodízio anteontem, contrariando o plano do Estado que previa a retomada gradual a partir do dia 1º. A Justiça determinou ontem o fechamento. A cidade tem 122 casos e 4 mortes.
A Câmara de São Vicente, no litoral, aprovou ontem projeto de lei do executivo municipal flexibilizando regras para o comércio. O prefeito Pedro Gouveia (MDB) quer publicar as regras hoje, para que vigorem segunda. Toda a Baixada Santista, com cerca de 7 mil casos e 400 mortes, tem restrição máxima. O Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista negocia com o Estado migrar para a fase 2, que libera shoppings e lojas.
Em nota, o Estado informou que o plano de reabertura "prevê a retomada consciente da economia", por critérios técnicos e a classificação por fases é regionalizada, com base na rede hospitalar e na evolução local de casos. As regiões podem ser reclassificadas para fase de menor restrição, a partir de 15 de junho, se houver indicadores de saúde estáveis. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>