Economia

Cinco plataformas mantêm greve; petroleiros votam nesta sexta fim do movimento

Dissidentes do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense(Sindipetro NF) que seguem em greve nas bases da Bacia de Campos, a principal produtora do País, realizam nova assembleia nesta sexta-feira, 20, para definir o fim do movimento. A indicação da direção do sindicato é pelo término da mobilização, que já passa de 17 dias. Cinco plataformas de produção em áreas maduras estariam sob comando dos grevistas, com a operação comprometida. Segundo estimativas da Petrobras, a produção foi reduzida em 1,7 milhão de barris desde o início do movimento.

“A situação está estável, a grande maioria das plataformas já está com equipes de contingência da Petrobras. Mas há algumas em que a companhia não tinha efetivo para reassumir as unidades. São plataformas de áreas com pouca produção”, indicou Marcos Breda, diretor do Sindicato. As paralisações ocorrem em unidades maduras da Bacia de Campos, segundo Breda. Também há mobilizações em terminais da Transpetro na região norte do Rio, e em bases do Espírito Santo. Em Minas, a greve foi encerrada na quarta-feira, 18. No Terminal de Cabiúnas, em Macaé, um funcionário terceirizado foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira, 19. As causas ainda não foram confirmadas. Procurada, a Petrobras ainda não informou as circunstâncias da morte.

Segundo Marcos Breda, apesar da mobilização em algumas unidades de produção, a indicação da diretoria é aprovar o acordo coletivo proposto pela estatal, que ofereceu 9,53% de reajuste salarial, além de reajuste em benefícios. Filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), o sindicato prevê a manutenção do estado de greve para discutir eventuais descontos de dias trabalhados.

O ponto é questionado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que coordena cinco sindicatos dissidentes da FUP em São Paulo, Alagoas, Sergipe, Manaus e São Luis. Os trabalhadores desses Estados seguem mobilizados após a Federação decidir em assembleia, hoje, pela manutenção da greve.

Os trabalhadores ligados à FNP realizam piquetes e bloqueios nas refinarias Revap e RPBC, no interior de São Paulo, e também em terminais da Transpetro em Belém e São Luís. Também há paralisações em unidades administrativas, sem impacto sobre a produção.

Em boletim divulgado na noite de terça-feira, 17, a estatal confirmou que ainda há mobilizações “em algumas unidades” pelo País. O balanço da companhia é que entre os dias 2 e 9 de novembro, o impacto da produção tenha sido de 115 mil barris de óleo por dia. Desde então, a perda foi reduzida para 100 mil barris por dia, o equivalente a 5% da produção no País. Também a produção de gás natural foi reduzida em 3%, segundo a estatal.

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