Variedades

Cine OP discute a representação da História brasileira em suas imagens

Uma indagação ronda o 12.º Cine OP, que começa nesta quinta-feira, 22, na cidade histórica de Ouro Preto/MG: “Quem conta a história no cinema brasileiro?” Pergunta tanto mais pertinente e incômoda quando se lembra que o evento, realizado pela mesma produtora dos festivais de Tiradentes e Belo Horizonte, coloca seu foco sobre a preservação das imagens no País. Ou seja, sobre sua memória.

Como o Brasil não é conhecido exatamente pela excelência de sua memória ou pelo culto a imagens do passado, ou à sua preservação (que custa caro), deduz-se que seja um festival na contracorrente. O que o torna ainda mais interessante e necessário.

O Cine OP abre com um filme da carioca-brasiliense Betse de Paula, Desarquivando Alice Gonzaga. Traz à luz o trabalho e a luta da pesquisadora e herdeira da histórica produtora Cinédia, de Adhemar Gonzaga, empresa que tem em seu portfólio alguns clássicos do cinema nacional como Alô, Alô Carnaval, do próprio Gonzaga, e Ganga Bruta, de Humberto Mauro.

Haverá outras homenagens, casos do coletivo Vídeo nas Aldeias (na pessoa do seu criador, o cineasta Vincent Carelli), da montadora Cristina Amaral (parceira de vida e trabalho do cineasta Andrea Tonacci, que morreu em dezembro) e do pesquisador Antonio Leão da Silva Neto, autor de obras de referência fundamentais, como o Dicionário de Filmes Brasileiros, Atrizes e Atores do Cinema Brasileiro, e outras, que ele escreve e publica sem qualquer apoio oficial.

Durante o evento haverá a realização de diversas mesas de debate em torno dos três eixos programáticos – História, Patrimônio e Educação. Serão apresentados nada menos do que 76 filmes, sendo 13 longas, quatro médias e 59 curtas-metragens.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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