Dois lançamentos desta semana simbolizam bem o patriotismo e o heroísmo americano, onde o importante é sempre defender a nação a qualquer custo ou dar sua vida para salvar outras. Esses conceitos estão nos filmes baseados em fatos reais “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, da Paramount, e “Horas Decisivas”, da Disney, que estreiam nos cinemas brasileiros. Outro destaque da semana é o drama forte “O Quarto de Jack”, premiado como melhor filme pela escolha do público no Festival de Toronto.
Baseado no livro homônimo de não-ficção, de Mitchell Zuckoff (veja as informações do livro no final do texto), “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” (13 Houras The Secret Soldier of Benghazi) mostra o ataque terrorista a um complexo da Missão Especial do Departamento de Estado dos EUA e a base da CIA, conhecida como Anexo, em Benghazi, na Líbia, no dia 11 de setembro de 2012, e que foi defendida por uma equipe de apenas seis soldados.
Dirigido e produzido por Michael Bay (da quadrilogia “Transformers”), o longa é protagonizado por John Krasinski (da série de TV “The Office”) e traz também no elenco James Badge Dale (de “A Travessia”), Max Martini (“Sabotage” ) e Pablo Schreiber (“Laços de Família”). O filme segue o estilo “Falcão em Perigo” (2001) e “O Grande Herói” (2013) – este último estrelado por Mark Wahlberg, que aliás foi cogitado para ser o protagonista “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” – talvez seria melhor, pois Krasinski não ter perfil para este tipo de gênero. Apesar disso, o filme consegue se firmar pela ação geral, com muito tiroteio, bombas e muitas mortes, principalmente dos terroristas, o que deve agradar, e muito, quem gosta de guerras protagonizadas por americanos.
Já “Horas Decisivas” (The Finest Hours) conta a história real de um dos maiores, senão o maior, resgate feito por um pequeno barco salva-vidas da história da Guarda Costeira norte-americana, nos anos 50. Dirigido por Craig Gillespie (de “A Hora do Espanto”, refilmagem), o filme é estrelado por Chris Pine (“Star Trek”), Casey Affleck (de “Interestelar” e irmão de Ben Affleck), Ben Foster (“O Grande Herói”) e Hollyday Grainger (que fez Lucrécia Borgia da série “Os Borgias”). Participação também de Eric Bana (“Livrai-nos do Mal”) em participação “quase” especial e horrível.
O filme se fixa em 18 de fevereiro de 1952, quando uma gigantesca tempestade atingiu a Nova Inglaterra, arrasando cidades litorâneas do leste e causando estragos pelo caminho, incluindo o SS Pendleton, um navio-tanque T-2 que seguia para Boston, que foi literalmente partido ao meio e afundava rapidamente com a tripulação de mais de 30 marinheiros presos em seu interior. Com o capitão morto, o primeiro engenheiro assistente Ray Sybert (Affleck) se viu na obrigação de comandar a tripulação aterrorizada, enquanto aguardava o resgate. Quando a notícia chegou à estação da Guarda Costeira americana em Chatham, Massachusetts, o capitão Bernie Webber (Pine) e três homens partiram para resgatar os marinheiros, em um barco salva-vidas de madeira com motor defeituoso e pouca possibilidade de navegação, enfrentando temperaturas congelantes e ondas de 20 metros.
Apesar de quererem rotular “Horas Decisivas” como um “suspense de ação heroico”, o filme segue mais para um drama, com muitas cenas paradas, e alguns momentos de suspense – quando Casey Affleck cria ideias para manter os marinheiros vivos até a chegada do resgate – e momentos de ação – na hora em que o barco de Chris Pine precisa enfrentar ondas gigantes, o que lembra muito “Mar em Fúria” (filme de 2000, com George Clooney).
Livro reconstrói os trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2012
Em 11 de setembro de 2012, um ataque ao Complexo da Missão Especial do Departamento de Estado dos EUA em Benghazi (Líbia) resultou na morte de quatro pessoas, dentre elas o embaixador Christopher Stevens. Os acontecimentos daquele dia repercutem desde então na imprensa de todo o mundo e têm estado também no centro dos debates da atual campanha presidencial norte-americana – já que Hillary Clinton, que hoje disputa, dentro do Partido Democrata, uma indicação para concorrer nas eleições, era secretária de Estado na época.
Em “13 Horas: Os soldados secretos de Benghazi”, que chega às livrarias brasileiras junto com o lançamento do filme nos cinemas, Mitchell Zuckoff oferece ao público uma visão interna do trágico evento. Zuckoff é autor best-seller do New York Times e professor de jornalismo da Universidade de Boston. Pela Bertrand Brasil, já publicou “Perdidos em Shangri-La”.
Segundo informações da editora, para escrever o livro, ele se juntou a cinco membros da equipe do Anexo de Segurança da CIA em Benghazi. Com base nos relatos exclusivos desses oficiais sobreviventes, Zuckoff procura descrever, com detalhes, a batalha minuto-a-minuto. “Seria uma bobagem pensar que este ou qualquer outro relato seja a última palavra sobre eventos com implicações tão abrangentes”, diz o autor na nota de abertura do livro. “Mas depois de tantas palavras já terem circulado, e das tantas outras que estão por vir, considere este livro como uma expressão vinda diretamente do campo de batalha, dos homens que sabem, a partir da dura experiência e das memórias chamuscadas, o que realmente aconteceu durante aquelas angustiantes treze horas”.
13 Horas: Os soldados secretos de Benghazi
(13 hours: the inside account of what really happened in Benghazi)
De Mitchell Zuckoff
Páginas: 350 / R$ 45,00
Tradução: Marcelo Hauck
Editora: Bertrand Brasil (Grupo Editorial Record)