Ministro da Itália para Transição Ecológica, Roberto Cingolani afirmou, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 23, que o Grupo dos 20 (G20) alcançou um acordo "sem precedentes" que reconhece, pela primeira vez na história desde a sua criação, que as políticas voltadas para energia e clima estão interconectadas, e que para mitigar as mudanças climáticas é necessário levar em conta o atual uso de combustíveis fósseis e fontes energéticas não renováveis.
A aprovação do comunicado ocorreu após o "sinal verde" da China, que participou da reunião de ministros de Energia e Clima do G20 remotamente, disse Cingolani. Entre as metas acordadas, o ministro italiano disse que os países concordaram em aumentar os esforços para diminuir a temperatura global em 1,5ºC até o fim desta década, mas não houve concordância em fazer deste ponto uma meta formal do G20, já que "três ou quatro países" disseram não conseguir diminuir a emissão de poluentes ao ponto de atingir este objetivo.
Além deste, dentre os 60 artigos contidos no comunicado, o que tratava da neutralidade de carbono pelos países do G20 até 2025 também teve de ser retirado do documento final, já que não houve consenso, disse Cingolani.
Mesmo com as negociações "difíceis" e algumas discordâncias, o ministro tratou o encontro de forma positiva. Segundo ele, as nações do Grupo concordaram que os fluxos financeiros devem ser compatíveis com os objetivos do Acordo de Paris. A autoridade ainda disse que "mesmo a Arábia Saudita, que tem uma economia baseada no petróleo, foi receptiva" durante as discussões e se comprometeu em investir mais em iniciativas que promovam a economia circular no país.