A disputa pela presidência da Câmara Municipal de Guarulhos está mais quente do que muita gente possa imaginar. O vereador reeleito Eduardo Soltur (PSD), que não deverá ter espaço no próximo governo, já está tratando de reservar um espaço de destaque no Legislativo. Para não ter qualquer surpresa, teria garantido 18 votos (o mínimo necessário) para voltar ao comando da Casa. Para tanto, estaria espalhando entre 900 mil e um milhão de motivos para convencer seus pares.
Tapete voador
Soltur presidiu a Casa entre 2011 e 2014, quando a Câmara fez a até hoje controversa compra do prédio da fábrica de tapetes Lourdes, que deveria já ter se tornado a sede própria do Legislativo. O negócio, que foi questionado na Justiça, custou R$ 14 milhões aos cofres públicos. O local segue até hoje completamente abandonado, sem qualquer perspectiva de ter o projeto concluído.
Esforços desviados
A entrada de Soltur na disputa pode sepultar os sonhos de Laércio Sandes (DEM), que já se considerava favorito para a cadeira mesmo antes de obter a reeleição em 2 de outubro, já que seu padrinho era o mesmo que levou o Professor Jesus (DEM) à presidência dois anos atrás. Neste momento, os esforços que esperava receber estão concentrados na campanha de Eli Corrêa Filho (DEM) para prefeito.
Efeito colateral
Vereadores que foram da base do governo de Sebastião Almeida (PT) nos últimos anos, mas que decidiram apoiar o candidato Guti (PSB) no 2º turno das eleições municipais, começam a sentir na pele os efeitos da escolha. O Diário Oficial do Município já traz as primeiras demissões de comissionados ligados a eles. Será que, no apagar das luzes, o prefeito decidiu fazer uma limpa ou seria algum tipo de retaliação?
Objetivos distintos
Na reta final do 2º turno, as duas campanhas têm objetivos bastante distintos, após a divulgação de duas pesquisas eleitorais. Enquanto o time de Eli Correa Filho tenta reverter o quadro, em que aparece com menos votos do que conquistou no 1º turno, os adeptos de Guti buscam ampliar a vantagem. Se para o nome do DEM, a vitória por um voto já estaria de bom tamanho nesta altura do campeonato, para o líder, uma votação expressiva, beirando os 80%, seria fundamental para lhe garantir um pouco de tranquilidade no início do governo.