Uma publicação da cantora Anitta sobre o uso das cores da bandeira do Brasil em sua apresentação no festival Coachella, nos EUA, virou palco de disputa e desencadeou discussão política nas redes sociais durante o último fim de semana.
Após dizer que o verde e amarelo representa o País "como um todo", e não apenas um único grupo político, a artista recebeu uma resposta irônica do presidente Jair Bolsonaro, alvo implícito de sua afirmação, e bloqueou o chefe do Executivo no Twitter. Em seguida, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) se opôs ao chefe do Executivo ao elogiar o comentário da cantora. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também saiu em defesa de Anitta.
Ciro Gomes usou a hashtag #Anichella, levantada por fãs da cantora para direcionar atenção ao festival, ao entrar no assunto. "Bravo, Anitta! Eles jamais terão poder para sequestrar nossos símbolos, nossa força, nossas cores e nossa alegria. O Brasil é de todos os brasileiros, em especial dos que vivem o amor e defendem a liberdade", escreveu.
Horas antes, ao responder ao comentário do presidente Bolsonaro, a artista havia afirmado que mencionar seu nome na internet seria uma forma de se promover entre o eleitorado jovem.
Gleisi Hoffmann, do PT de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a manifestação do presidente foi feita para disfarçar os escândalos do governo. "Constrangimento e ataques de Bolsonaro a artistas, ironia para cima de Anitta é tentativa de impedir que falem de seus escândalos somente neste mês", publicou, listando denúncias de corrupção contra o Executivo, como o caso dos pastores do MEC e do superfaturamento de ônibus escolares.
Ainda na esteira de seu comentário inicial, a cantora passou a ser pressionada por políticos, como a ex-candidata ao governo do Rio Márcia Tiburi, a declarar apoio publicamente a Lula. Ela não respondeu a essa recomendação.