A cirurgia para corrigir a artrose do lado direito do quadril do presidente Luiz Inácio Lula da Silva correu bem, "sem intercorrências". O chefe do Executivo está acordado e irá para o quarto no hospital nas próximas horas, sem passar por Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), disse em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira, 29, o médico Roberto Kalil Filho, que cuida da saúde do petista há anos. "Foi uma cirurgia programada e que transcorreu dentro da normalidade", afirmou o médico.
Lula chegou à unidade do hospital Sírio-Libanês, em Brasília, às 8h desta sexta. A operação começou às 12h e terminou às 13h13. O cirurgião foi o ortopedista especializado em quadril Giancarlo Polesello. O procedimento foi acompanhado por Kalil e pela médica da Presidência da República, Ana Helena Germoglio. Polesello já acompanhava o caso de Lula. Ele e sua equipe viajaram de São Paulo para Brasília para operar o presidente. No total, sete profissionais participaram da operação.
Após a cirurgia no quadril, Lula passou por uma correção da pálpebra, que começou às 15h e terminou às 16h16. A possibilidade de realização do segundo procedimento não havia sido divulgada antes da internação do presidente. Segundo Kalil, a correção da pálpebra dependia do sucesso da primeira operação e foi feita para aproveitar o efeito da anestesia. Por isso, a decisão foi de última hora. Não há pós-operatório desse procedimento.
<b>Alta</b>
Lula deverá ficar internado nos próximos dias por causa da cirurgia no quadril. A alta, de acordo com os médicos, pode ocorrer na próxima segunda-feira, 2, ou terça-feira, 3. Depois, ele deve passar algumas semanas despachando do Palácio da Alvorada, segundo recomendação médica, por causa da fisioterapia e a restrição de movimentos. Sua agenda de viagens ficará suspensa de quatro a seis semanas. Ao fim desse período, o petista deverá ter boa cicatrização e estar andando "com carga total". "Ele é saudável. A gente espera uma recuperação breve", disse Kalil.
Segundo os especialistas, Lula terá de usar andador por algumas semanas por causa do equilíbrio. Lula chegou a dizer que não seria visto de andador ou de muleta, frase que foi criticada por pessoas com deficiência. Ele precisará fazer exercícios e ficar sentado na cama até dar os primeiros passos. Os médicos disseram que ele deve estar apto a participar da COP 28 em novembro, nos Emirados Árabes Unidos.
O presidente sentia dores "na cabeça do fêmur", como ele mesmo costumava dizer, desde agosto do ano passado. Ele falou publicamente sobre o assunto diversas vezes. Segundo ele, o incômodo estava afetando seu humor. Ele já havia feito dois procedimentos para aliviar a dor até a operação. De acordo com Kalil, a artrose de Lula era "bastante proeminente" e a cirurgia deve ser "bastante eficiente" contra a dor.