Pouco mais de 10 dias depois de anunciar a sua saída do comando da Williams, fundada pelo pai ainda nos anos 1970, Claire Williams revelou os motivos que a levaram a deixar a Fórmula 1 com a venda da equipe para o fundo de investimento americano Dorilton Capital. Em entrevista ao jornal inglês The Telegraph, disse que a pandemia do novo coronavírus e a súbita decisão da patrocinadora-máster Rokit de romper contrato foram as razões.
"A gente já tinha esgotado absolutamente todas possibilidades", disse Claire, sobre a decisão de vender a equipe. "Eu tinha pensado que estávamos iniciando uma nova fase esse ano. Tínhamos um novo patrocinador-máster que estava prometendo o céu e a terra. Aí isso deu errado e depois teve o coronavírus. Foi game over. Não tinha como reagir depois disso. Não fossem essas duas coisas, estaríamos OK", afirmou.
A Williams foi vendida e agora quem comanda o time é Simon Roberts. Embora venha tendo um desempenho melhor do que nos últimos dois anos, quando foi a pior da Fórmula 1, a equipe inglesa ainda não somou nenhum ponto no Mundial de 2020 com os pilotos George Russell e Nicholas Latifi.
Os novos donos até tinham interesse em manter Claire como chefe de equipe, mas a própria não quis. O GP da Itália, em Monza, no início deste mês, marcou uma despedida emocionante. "Eu tive minha chance e esgotei minhas energias. Os novos donos merecem alguém que possa dar tudo para eles, e eu não sou esse alguém", disse.
Claire comentou ainda que está descobrindo como é a vida fora da Fórmula 1. Aos 44 anos de idade e com um filho, agora quer se dedicar à família. "Esse esporte exige muito de você. Quero me reconstruir depois desse momento difícil e descobrir quem sou fora da Fórmula 1. Sempre fui filha de Frank Williams. Agora eu só quero me tornar minha própria pessoa e ver se eu gosto disso", completou.