Variedades

Claudia Raia encerra festa dos 30 anos de carreira

Trinta anos esta noite – ao contrário do filme clássico de Louis Malle que leva esse título e trata das derradeiras horas de um homem angustiado, Raia 30 – O Musical transborda vida e divertimento ao contar as histórias que marcam as três décadas de carreira de Claudia Raia no cinema, mas, principalmente, na televisão e no teatro musical. Uma viagem de pouco mais de duas horas.

O espetáculo estreou em julho do ano passado em São Paulo, fez uma temporada no Rio de Janeiro antes de seguir em turnê por cinco cidades (Paulínia, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e Salvador). E agora, para encerrar a caminhada, o musical reestreia neste sábado, 21, no Teatro Procópio Ferreira, para uma curta e, quem sabe?, última temporada. “Sim, pois posso criar um Raia 30 in Concert, com apenas alguns números, e sair pela estrada novamente”, diverte-se Claudia, mantendo sempre vivo o bom humor que marca sua existência.

Raia 30 – O Musical será também um dos destaques da Virada Cultural, no palco que será montado no Vale do Anhangabaú, e receberá apenas produções do gênero – a encenação está marcada para as 13 horas de domingo, 22.

“Encerro um ciclo com o final da temporada, que foi muito emocionante”, conta a atriz. “Apresentei o espetáculo em locais que não estão habituados a receber musicais e, principalmente, permiti que muitas pessoas vissem de perto personagens da TV que ainda vivem em sua imaginação.”

De fato, o espetáculo apresenta um apanhado geral de uma carreira com momentos marcantes, especialmente no teatro musical e na televisão – desde a consagração em novelas como Sassaricando e Belíssima, e programas humorísticos, a exemplo do TV Pirata, até importantes espetáculos no palco como Sweet Charity e Cabaret. Assim, ela retoma personagens conhecidos como Tancinha, Tonhão, Sally Bowles, Sheila, Charity Valentine.

“O resultado é original, pois, apesar de narrar a trajetória de uma artista conhecida, o enredo foi montado de uma forma a agradar mesmo quem não conhece o trabalho da Claudia”, observa o diretor José Possi Neto a respeito do texto especialmente escrito por Miguel Falabella.

De fato, ao escrever o roteiro, Falabella apoiou-se em uma base felliniana – logo no início, por exemplo, Claudia encena um momento crucial em sua carreira: quando decidiu fazer o teste para o papel de Sheila do musical Chorus Line, que seria montado em São Paulo, em 1984. Nessa época, ela estava com 16 anos e atendia por Maria Claudia Raia. Mas, além de envolver a mãe da futura atriz, Odette, e a irmã, cuja influência foi decisiva em sua carreira, Olenka, a cena esgota um sonho e faz referência a outros personagens também representativos, que circulam ao seu redor, como os coreógrafos e bailarinos americanos Lennie Dale (1934-1994) e Bob Fosse (1927-1987).

Segundo a atriz, é significativo a temporada terminar no Procópio Ferreira. “Muitos dos meus musicais nasceram nesse espaço”, conta Claudia, que decidiu investir na turnê ao descobrir que sua próxima novela, A Lei do Amor, escrita por Maria Adelaide Amaral, só vai estrear no segundo semestre. “Por isso que a despedida agora é curta”, diz ela, que se prepara para um grande projeto em 2017.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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