Cleber Papa não é mais diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo. Ele foi demitido na manhã desta sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) ao lado de outros 20 funcionários, que receberam a informação de que não estavam na lista de pessoas que teriam contratos migrados para a nova organização social que será responsável pela gestão do teatro e de seus corpos artísticos, o Instituto Odeon.
“A nova OS tem a obrigação de contratar todos os artistas da casa, mas pode fazer mudanças em outros postos. Eles entenderam que era o caso de substituir o Cleber, então pediram ao IBGC que o demitissem. Mas é importante que fique claro que essas demissões não têm nada a ver com corte de pessoal ou coisa do tipo, são apenas substituições. Sobre o caso do Cleber, eu acho pessoalmente uma decisão ruim, acho que o trabalho que vinha sendo feito era muito bom, mas não cabe a mim pressionar”, diz o secretário municipal de Cultura, André Sturm, ressaltando, no entanto, que o nome precisa ser aprovado pela secretaria.
O contrato do IBGC com a prefeitura se encerrou na última quarta. O Instituto Odeon afirma que vai se pronunciar apenas na segunda-feira sobre o novo contrato com o Municipal, que segundo a entidade ainda não foi assinado. Espera-se também para segunda o anúncio do novo diretor. “Tem que ser um processo rápido”, diz Sturm.
Uma lista de seis nomes já foi enviada para a secretaria. O conteúdo oficial não foi divulgado, mas a reportagem apurou que ela traz os nomes do maestro Luiz Fernando Malheiro, do jornalista Nelson Rubens Kunze, do compositor João Guilherme Ripper, ex-diretor do Teatro Municipal do Rio, do atual diretor da casa, André Heller-Lopes, do produtor cultural José Roberto Walker, e do ex-superintendente da Cultura Artística Gerald Peret.
Na tarde desta sexta, Papa disse em entrevista que “espera que o teatro tenha um bom caminho”. “O mais importante agora são os funcionários que lá estão e que as atividades continuem. Eu deixo o posto do teatro com 174 apresentações realizadas e 120.500 pessoas na plateia assistindo aos espetáculos.”
“Entendimentos”
A vitória do Odeon foi homologada na semana passada pela Prefeitura e publicada no Diário Oficial do Município na sexta, após a desclassificação do Instituto Casa da Ópera, que não apresentou alguns documentos exigidos ao longo da confirmação do processo; a vitória também já havia provocado polêmica por conta da ligação de Papa com a entidade antes de sua chegada ao teatro.
No entanto, uma inclusão no edital, também publicada na última sexta, dando à Secretaria Municipal de Cultura o poder de indicar os diretores do teatro, havia feito com que o Instituto Odeon afirmasse que seriam necessários “novos entendimentos” antes da assinatura do contrato.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.