Esportes

Clube acusa atleta de fraudar resultado e cobra julgamento no tiro esportivo

A etapa do Rio da Copa do Mundo de Tiro Esportivo, que começou nesta sexta-feira e tem status de evento-teste para a Olimpíada, tem uma polêmica envolvendo a equipe brasileira. Um dos atletas que defendem o País, Andre Altobello, enfrenta uma acusação de fraude, ainda não julgada. O caso foi enviado à Confederação Brasileira da modalidade (CBTE) no ano passado, mas ainda não chegou ao Superior Tribinal de Justiça Desportiva (STJD).

Altobello é atirador da fossa olímpica e, de acordo com conclusão de sindicância do Clube de Caça e Tiro de São Paulo (CCTSP), adulterou seus resultados na 5.ª etapa do Campeonato Brasileiro de 2015, em junho. Pela denúncia, ele pediu para cancelar uma súmula em que seus resultados foram lançados (fez 22 pontos), atirou de novo e sua pontuação (24 pontos) foi colocada em outra súmula.

A comissão do CCTSP apurou o caso, considerou Altobello culpado e o puniu com advertência escrita – depois a pena foi modificada para advertência verbal. As conclusões da comissão foram enviadas para a confederação, com pedido para que o processo fosse remetido ao STJD, para julgamento.

De acordo com o CCTSP, a documentação chegou à confederação em setembro e não andou. Tanto que, passados mais de seis meses, Altobello ainda não foi julgado. O presidente da CBTE, Durval Balen, disse inicialmente à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ter repassado o processo ao STJD. Mas o presidente, César Roberto Palhares, negou: “Presido o tribunal desde 1972 e nunca processo algum ficou (no STJD) mais de uma semana. Posso dizer que no tribunal não está”.

Procurado novamente, Balen explicou que o caso está em uma comissão disciplinar. “O expediente chegou ao STJD, eu enviei. O STJD mandou para o procurador, que sugeriu a criação de uma comissão de instauração do processo em primeiro grau.”

De acordo com ele, a comissão já foi formada. “O processo está andando. Está na comissão disciplinar que foi formada pelo CBTE como órgão de primeira instância. O procedimento me parece bem adequado, senão seria julgamento em uma única instância.”

Andre Altobello nega a autoria da fraude. “Eu não tenho poder de lançar resultados. É o clube que arbitra e lança os resultados. É uma fraude que fizeram para me prejudicar.”

Ele aponta Lamberto Ramenzoni, diretor financeiro do CCTSP, como a pessoa que quer
prejudicá-lo por causa de um problema que tiveram no passado. “Não é retaliação. Eu simplesmente apurei a denúncia que chegou a mim. Aliás, foi a comissão de sindicância que apurou”, rebateu. “É minha obrigação como diretor do clube fazer com que as coisas fiquem claras.”

Não há prazo para a conclusão do processo contra Altobello e ele pode continuar competindo normalmente.

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