O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu manter a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) em 7,0% ao ano. A decisão foi tomada em reunião ordinária realizada nesta quinta-feira, 29. A nova taxa vigorará no período de 1º de julho a 30 de setembro de 2017.
De acordo com nota do Ministério da Fazenda, a média diária dos índices que medem o risco Brasil em mercados internacionais no segundo trimestre de 2017 se manteve “praticamente nos mesmos patamares do trimestre anterior”, justificando a decisão. O comunicado também cita a meta de inflação para este ano, fixada em 4,5% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos.
Apesar da mensagem de manutenção da TJLP, o risco associado ao Brasil aumentou desde o estouro da crise política. Em 17 de maio, antes da divulgação das delações de executivos da JBS, o Credit Swap Default (CDS) de 5 anos do Brasil estava em 193,77 pontos. Na quarta-feira, dia 28, o CDS – que funciona como um seguro contra calote – estava em 238,02 pontos (avanço de 22,84% no período).
A TJLP é a principal referência para o crédito voltado ao financiamento de investimentos, como as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A taxa é calculada com base na meta de inflação e em um prêmio de risco.
TLP
A partir de janeiro de 2018, os novos contratos de financiamento fechados com o BNDES terão como referência a Taxa de Longo Prazo (TLP), anunciada no fim de março. A TLP será calculada mensalmente a partir da variação do IPCA e da taxa de juros prefixada das NTN-Bs de 5 anos, que refletem o custo de captação do Tesouro.
Em seu primeiro dia de vigência, a TLP terá o mesmo valor da TJLP e só a partir de então cada taxa seguirá sendo calculada conforme suas próprias metodologias e periodicidades. O governo estima que a TLP convergirá em até cinco anos para a remuneração integral da NTN-B.