O cenário é de pessimismo entre os consumidores. Em compensação, há tendência de melhora nos próximos meses, segundo a economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Marianne Hanson, ao avaliar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) relativa ao mês de abril, divulgada nesta quinta-feira, 4.
O porcentual de famílias endividadas no mês passado foi de 58,9%, terceira alta no ano, comparado ao mês imediatamente anterior. Marianne ressaltou ainda a dificuldade de pagamento de uma faixa da população. A proporção dos que possuem contas em atraso pulou de 23,7% em março para 24,1% em abril.
O aperto é maior entre as famílias que possuem renda mensal de até dez salários mínimos, mais afetadas pelo desemprego e também mais sensíveis à alta dos juros, de acordo com o economista. Essa fatia da população tem a renda mais comprometida com gastos fixos e dificuldade de negociar dívidas atrasadas, por isso está com a capacidade de pagamento mais comprometida, diz ela.
A tendência, no entanto, é de melhora daqui para frente. Marianne argumenta que os indicadores do mercado de trabalho pararam de piorar e que há uma sinalização do governo de reduzir as taxas de juros. Apesar do segundo trimestre ter iniciado com índices de alto endividamento, “há fatores positivos apontando para uma melhora”, segundo a economista.