O corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, foi considerado "insuficiente" pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o presidente da entidade, Ricardo Alban, a decisão, anunciada há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, penalizará ainda mais a atividade econômica no Brasil.
"A situação da inflação no Brasil já permite, há algum tempo, uma redução mais intensa dos juros reais. O Copom também tem que considerar em suas decisões o prejuízo que a elevada taxa básica de juros vem provocando à economia", afirma o presidente da CNI. A entidade defende que, mantido o cenário de inflação sob controle, "é imprescindível uma aceleração no ritmo de redução da taxa Selic já na próxima reunião do Copom".
A CNI destaca, em nota, que o quadro inflacionário do País segue positivo, com a inflação medida pelo IPCA em 4,5% nos 12 meses terminados em fevereiro de 2024, ou seja, dentro do limite superior da meta de inflação do ano (4,5%).
"Nesse cenário, é importante que o Banco Central compreenda a realidade brasileira e dê a sua contribuição para a tão necessária redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Sem essa mudança urgente de postura, fica mais difícil avançar na agenda de neoindustrialização, o que, consequentemente, anula oportunidades de mais prosperidade econômica para o país", afirma Alban.