Economia

CNI volta a cobrar agenda do governo

Dando continuidade ao tom de cobrança que os empresários imprimiram no primeiro dia do Encontro Nacional da Indústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou nesta quinta-feira, 6, a Carta da Indústria de 2014, que pressiona o governo federal por ações que beneficiam o setor. “É importante que governo deixe claro no início de 2015 o que ele vai alcançar até 2018”, afirmou o diretor de Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Fernandes. “O que queremos é que o governo apresente qual é sua agenda”.

“A primeira mensagem é que a indústria tem pressa para atuar sobre problemas de competitividade, que vêm se agravando”, disse. “A indústria vem perdendo participação no PIB de forma sistemática”. Fernandes afirmou que os industriais esperam do governo foco nas soluções dos problemas de competitividade e governança. No documento, a entidade também cita desafios na política. “O desenvolvimento econômico e social conecta-se com o desenvolvimento político. Esse é um tema em que a indústria, como parte da sociedade, tem expectativas. O sistema político precisa enfrentar os desafios que estão postos”.

A CNI apontou problemas que devem ser resolvidos até 2018: liberar o sistema tributário das ineficiências que o caracterizam hoje devido à sua complexidade; melhorar relações de trabalho, com legislação moderna; aumentar os investimentos em infraestrutura em relação ao PIB; trabalhar a política fiscal de forma a permitir o crescimento da taxa de investimento; tornar a política comercial ativa, desburocratizada e com foco em mercado estratégicos que permitam maior inserção internacional de empresas de todos os portes e setores; avançar na qualidade da educação no País.

Fernandes fez alusão a uma discussão que tomou força durante a campanha presidencial deste ano. “Tão importante quanto o debate sobre a independência do Banco Central é a independência do Estado no planejamento e na infraestrutura”, disse. “Precisamos ter estrutura nessa área. Na hora de assinar um contrato, a empresa precisa ter segurança de que assina um documento que não será subvertido com uma mudança de governo”, afirmou.

Questionado sobre quando o setor industrial apresentará resultados positivos, o gerente de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, respondeu que há uma brincadeira sobre quem erra mais: “economista ou quem estuda terremoto”. Em seguida, falou da importância do investimento em infraestrutura, disse que a virada de confiança “pode até acontecer rapidamente” e concluiu que as perspectivas são de crescimento baixo no próximo ano.

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