Andreas Lubitz, co-piloto do avião da Germanwings, que caiu nos Alpes franceses em março, estava perdendo a visão e alguns dos muitos médicos que ele se consultou disseram que o piloto era incapaz de voar, disse Brice Robin, promotor francês nesta quinta-feira.
No entanto, os médicos não informaram seu pareceres à empresa aérea que Lubitz trabalhava por causa das leis que protegem a privacidade do paciente na Alemanha, disse o promotor.
Robin disse que Lubitz tinha investigado problemas de visão e “temia ficar cego”. O piloto tinha sofrido de depressão no passado e tomava anti depressivos.
Antes do acidente, Lubitz tinha marcado sete consultas médicas dentro de um mês, incluindo três consultas com um psiquiatra, disse Robin. Alguns dos médicos alegaram que Lubitz estava psicologicamente instável e outros disseram que era impróprio ele voar, mas “infelizmente essa informação não foi relatada por causa de requisitos de sigilo médico”, disse o promotor.
Na Alemanha, o médico corre o risco de ser preso se divulgar informações sobre seus pacientes a qualquer pessoa, a menos que existam provas de que há intenção de cometer algum crime ou se prejudicar.
A Germanwings e sua controladora, a Lufthansa, disseram que o piloto tinha passado por todos os exames médicos e que tinha sido considerado apto para voar.
Robin se reuniu nesta quinta-feira com as famílias das vítimas e com jornalistas para atualizá-los sobre o estado da investigação do acidente, que ocorreu em 24 de março, e matou todos os 150 passageiros que estavam a bordo. As famílias estão começando a receber os restos mortais de seus parentes agora.
Robin disse que a investigação até agora “nos permitiu confirmar, sem sombra de dúvida, que Andreas Lubitz derrubou o avião e matou as 150 pessoas intencionalmente”.
De acordo com os investigadores, Lubitz trancou o piloto para fora da cabine, praticou uma descida incomum e jogou o avião contra os Alpes franceses. Fonte: Associated Press.