A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita declarou neste sábado um cessar-fogo de 48 horas no Iêmen, sob a condição de que rebeldes xiitas o respeitem e permitam a entrada de ajuda humanitária em cidades sitiadas, principalmente Taiz. No entanto, minutos após o cessar-fogo entrar em vigor, ativistas em Taiz disseram que rebeldes continuavam bombardeando a cidade. Um porta-voz militar ligado aos rebeldes, coronel Sharaf Loqman, disse que não houve interrupção nos combates.
A agência saudita de notícias SPA divulgou um comunicado da coalizão dizendo que o cessar-fogo poderia ser prorrogado e alertando os rebeldes, conhecidos como Houthis, contra qualquer tipo de movimentação militar.
O cessar-fogo foi declarado num momento em que as forças leais ao governo reconhecido internacionalmente conseguiram avançar em Taiz, que estava cercada pelos rebeldes havia um ano. A coalizão exige que os Houthis enviem um representante para se reunir com uma comissão baseada no sul da Arábia Saudita. O encontro teria como objetivo discutir os preparativos militares para encerrar o controle rebelde de várias cidades no norte do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa.
Embora a coalizão tenha destacado que o cessar-fogo tem como objetivo abrir caminho para a paz, não explicou se aceitaria o plano de paz da ONU, que exclui o presidente Abed-Rabbo Mansour Hadi e dá aos rebeldes parte do poder.
O conflito dividiu o país em regiões rivais: o norte, de população predominantemente xiita, está sob controle dos rebeldes, enquanto o sul, de maioria sunita, é controlado pela coalizão.
A coalizão interveio no Iêmen em março de 2015, a pedido de Hadi, que foi obrigado a fugir do país quando os Houthis se juntaram às forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, tomando a capital. Fonte: Associated Press.