Em uma primeira olhada, o novo Cobalt pode até entrar no rol daqueles carros do tipo "ame-o ou odeie-o", já que seu visual – apesar de já integrar a nova família global da Chevrolet – é pouco ousada. Diferente disto, tem um perfil um tanto conservador. Porém, o que fala mais alto no carro é o espaço. E isso ele tem de sobra tanto para abrigar cinco pessoas como no porta-malas, com capacidade para 563 litros. Não a toa, dois meses após seu lançamento oficial, já está entre os dez modelos mais vendidos no Brasil.
O Jornal do Farol Autos avaliou um modelo LTZ, completo, durante 20 dias. Neste período, percorreu 1.300 quilômetros, a maior parte de rodovias. Chamou a atenção o bom desempenho do motor 1.4 Econo.Flex, que demonstra ser econômico na cidade e na estrada, atingindo – em alguns trechos – a ótima marca de 16 km/l, com gasolina no tanque.
A Chevrolet aponta que o desenvolvimento do novo sedã foi a necessidade dos clientes. O Cobalt, um sedã de três volumes, entra para ocupar um espaço deixado pelo Astra e até pelo Vectra, substituído pelo Cruze. Com largura de 1.735 mm e comprimento de 4.479 mm, passa a impressão de um sedã médio-grande, tanto que o espaço interno para os passageiros e o porta-malas superam os oferecidos nos dois modelos descontinuados no ano passado.
O Cobalt até parece ser o sedã do Agile, já que apresenta uma linha de cintura alta, que transmite robustez. A dianteira repete a nova cara da marca Chevrolet. Na traseira, lanternas de elementos duplos com detalhes cromados e aplicação de lentes internas. O único senão mesmo fica para o perfil, que lembra vários modelos um tanto antiquados. Mas a Chevrolet garante que faz parte da estratégia da marca com base nas necessidades do consumidor que procura um modelo nessa faixa.
Interior refinado
Por dentro, o Cobalt não fica no passado. Traz, inclusive, elementos utilizados somente em carros de nível superior. Destaque para o mostrador de velocidade digital, que facilita O painel em dois tons, a iluminação Ice Blue com LEDs dos instrumentos que misturam mostradores digitais e analógicos possibilitam uma visualização perfeita das informações bem como deixam claro a modernidade e tecnologia. Como também a aplicação com pintura exclusiva no volante, combinada com detalhes cromados no painel de instrumentos e nos painéis de porta contribuem para um visual ainda mais luxuoso.
Para a conveniência dos ocupantes, o Cobalt conta com entrada USB e fontes de energia no console central, que permitem conectividade. Oferece 18 porta-objetos. No console central, há dois porta-copos mais um nicho para colocar uma garrafa de até 1,5 litro. Há espaço ainda nos painéis das portas são amplos. Mas peca em pequenos detalhes. Não tem, por exemplo, espelho no para-sol do motorista, algo já incorporado até em modelos de entrada de diversas marcas.
O computador de bordo, bastante simples mas eficiente, como no Cruze, é acionado na alavanca posicionada a esquerda do volante. Passa informações sobre consumo médio, autonomia, tempo e quilometragem percorrida.
Desempenho agrada tanto na cidade como na estrada
Nos 20 dias de avaliação, o Cobalt se tornou o carro da família, sendo utilizado no dia-a-dia e em viagens tanto para o interior como para o litoral. O motor 1.4 que tem potência máxima de 97 cavalos com gasolina, o combustível utilizado na maior parte da avaliação, e 102 cv com etanol, dá conta do recado.
Apenas em condições muito críticas, como ele carregado e ar condicionado ligado, pipoca um pouco em trechos mais íngremes, comportando-se como um modelo com motor 1.0, sendo necessário reduzir marchas. Mesmo assim, numa subida de serra, consegue se manter em quinta marcha quando está embalado com uma outra reduzida para quarta para manter o torque e seguir na faixa dos 100 km/h a 120 km/h, quando possível.
O que mais agrada no Cobalt é a economia de combustível. Durante a avaliação, na cidade, com gasolina, sempre ficou acima dos 10 km/l mesmo com ar condicionado acionado na maior parte do tempo. Com etanol, registrou média próxima aos 8 km/l. Já na estrada, além dos 16 km/l com gasolina, quando se manteve a velocidade média na casa dos 100 km/h, encerrou um trecho maior, andando na máxima permitida de 120 km/h e com o ar ligado, na casa dos 14 km/l. Nada mal para um carro família.
O 1.4 Econo.Flex do Cobalt é um motor semelhante ao que equipa os Chevrolet Agile e Montana, que tem o coletor de admissão em plástico e o sistema System Zero – com o gerenciamento controlado por torque, melhorando especialmente a dirigibilidade e fornecendo respostas mais rápidas, além de reduzir a emissão de poluentes. Ele recebeu uma nova geração do sistema drive by wire, ou acelerador eletrônico, que também colaborou para respostas mais rápidas ao acelerador, menos tranco nas acelerações e desacelerações e, consequentemente, melhor dirigibilidade.
Números da Chevrolet apontam que o Chevrolet Cobalt faz de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e chega aos 170 km/h, com etanol. Com gasolina, ele vai de 0 a 100 em 11,9 segundos e chega também aos 170 km/h de velocidade máxima.
Versão topo de linha vem completa de fábrica
A versão avaliada, a LTZ, vem bem completa de fábrica. Além dos itens encontrados na LS (de entrada) e LT (intermediária), ela conta com rodas de liga leve, farol de neblina dianteiro, maçanetas internas e comandos do ar-condicionado cromados, barra cromada na traseira, rádio AM/FM com leitor para CD/MP3, Bluetooth e entrada USB, computador de bordo, espelhos retrovisores com regulagem elétrica e acionamento elétrico para todos os vidros.
A LS já sai de fábrica com ar-condicionado e direção hidráulica, mostrador digital, desembaçador traseiro, chave do tipo canivete com abertura à distância, trava elétrica das portas e porta-malas, encosto traseiro rebatível 60/40, encostos de cabeça com regulagem em altura e banco do motorista também com regulagem de altura.
Já a versão LT, além do que a LS tem, oferece airbag duplo frontal, grade dianteira cromada, coluna de direção com regulagem de altura, freios ABS com EBD, vidros elétricos nas portas dianteiras, alarme anti furto, além de pequenas diferenças como interior em dois tons e revestimento dos bancos.
Ficha técnica
Motor 1.389 cm³
Potência máxima 102 cv a 6.200 rpm (com etanol) e 97 cv a 6.200 rpm (gasolina) Torque máximo 13,0 mkgf (128 Nm) a 3.200 rpm (etanol) e 12,8 mkgf (126 Nm) a 3.200 rpm (gasolina)
Transmissão F17-5CR – Manual de 5 velocidades à frente sincronizadas
Direção Pinhão e cremalheira com assistência hidráulica
Freios Discos ventilados dianteiros, tambor traseiro
Roda 15 x 6 (opcional: Liga leve)
Pneus 195/65 R15 (todas as versões)
Dimensões
Distância entre eixos (mm): 2.620
Comprimento total (mm): 4.479
Largura carroceria (mm): 1.735
Largura total (mm): 2.005
Altura (mm): 1.514
Porta-malas (litros): 563
Tanque de combustível (litros): 54
DESEMPENHO
Velocidade máxima (km/h): 170 Aceleração 0 a 100 km/h (s): Etanol: 11s5 (etanol) e 11s9 (gasolina)