Os jogadores do elenco do Corinthians têm feito treinamentos nas suas residências, orientados pelo clube enquanto aguardam pelo retorno aos gramados, ainda sem previsão para acontecer. O tempo vai passando e Mateus Vital fica cada dia mais ansioso pela volta, já que terá uma grande oportunidade de se firmar na equipe com a saída de Pedrinho, que foi para o Benfica. No clube desde 2018, Vital tem 117 jogos e cinco gols com a camisa alvinegra.
Em entrevista ao <b>Estadão</b>, o meia comentou sobre o que espera do retorno aos gramados após a pandemia, falou da possibilidade de ter mais oportunidades no time e garantiu que não pensa em ficar com a camisa 10 do amigo Pedrinho. Ele ainda lamentou o adiamento da Olimpíada de Tóquio, já que provavelmente seria convocado, mas entende o momento que o mundo atravessa. Como algo positivo do isolamento, ele aproveita o período em casa para curtir a filha Antonella, de apenas oito meses.
Com a saída do Pedrinho para o Benfica, deve abrir uma vaga no time. Acredita que chegou o seu momento e a camisa 10 pode ser sua?
Eu não quero pensar em camisa 10 agora, só quero voltar muito bem para que possa fazer uma grande temporada e escrever meu nome na história do Corinthians. Esse é o meu objetivo nesse restante de temporada.
Você recebeu propostas da Roma e do Shakhtar Donetsk. Como foi saber que clubes tão importantes da Europa querem contar com você e qual o sentimento ao ver que o Corinthians rejeitou as ofertas?
Fico feliz, sinal de que meu trabalho tem sido reconhecido, mas prefiro deixar isso na mão dos meus agentes, para focar somente em jogar futebol e desempenhar um bom papel melhor dentro de campo. Se aparecer algo mais para frente, que seja bom para todos, a gente analisa e conversa. Eu ainda quero me dar bem no Corinthians.
Mas tem planos de jogar na Europa?
Sim, é também um objetivo. Mas agora estou com a cabeça no Corinthians, para retomar bem e fazer uma grande temporada quando tudo voltar ao normal.
Você ainda não jogou o que se espera de você. O que gostaria de alcançar no Corinthians?
Quero buscar mais títulos, fazer história… Com certeza isso. Conquistar tudo que disputarmos, fazer com que o Corinthians volte a ganhar o Brasileiro, uma Copa do Brasil, que estivemos perto ano passado, e ir em busca de outro sonho que é ganhar a Libertadores.
Provavelmente, estaria na Olimpíada de Tóquio, já que vinha sendo convocado para a seleção da categoria. Bateu tristeza ao ver que os Jogos foram adiados?
Sim, fiquei triste, mas sei que foi por uma boa causa e era necessário. A prioridade é a saúde no mundo todo. Mas o sonho ainda continua, pois foi apenas adiada para o meio do ano que vem. Vou seguir fazendo meu melhor, pois sei que estarei lá como consequência do que fizer bem feito no clube.
A ansiedade está grande para o retorno aos gramados? Acha que é momento para voltar a ter jogo, mesmo que sem torcida?
A ansiedade existe, mas precisamos aguardar as determinações das autoridades de saúde. Todos nós queremos voltar, mas é preciso seguir os protocolos e priorizar a saúde neste momento. A questão de jogar sem torcida vai ter de ser um segundo passo, depois de retomados os treinos. Mas sabemos que tudo isso vai ter de ser algo avaliado pelos orgãos competentes.
O que tem feito para passar o tempo, já que precisa ficar mais tempo em casa?
Alguns treinamentos diferentes, que não faço diariamente no clube. Mesmo durante as férias, procurei me ocupar, fazer exercícios… E agora, que já encerrou o prazo das férias, seguindo o que é passado pela comissão técnica do clube. Também é tempo de ficar mais com a família, já que quando as coisas voltarem ao normal sabemos que será mais difícil.
Nesse período de pandemia, também tem vivido a experiência de ser pai. Como tem sido esses primeiros meses?
Estou conseguindo ficar mais com a minha filha, com certeza é um momento único e especial na vida de um homem. Por esse lado tem sido bom, mas por outro estou torcendo para as coisas melhorarem, pois estou com muita saudade do dia a dia do Corinthians e de jogar futebol.