A Coca-Cola Femsa inaugurou nesta quinta-feira, 11, uma fábrica que vai ampliar em 50% a capacidade produtiva da companhia em Minas Gerais, um dos seis Estados onde atua no Brasil. A empresa, que sofreu com queda no volume de venda no Brasil no primeiro trimestre deste ano, aposta na nova fábrica para melhor atender à demanda da região.
Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado,o vice-presidente de assuntos corporativos da companhia, Eduardo Lacerda, afirma que a nova fábrica em Itabirito, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi um dos principais alvos de investimentos da companhia nos últimos anos. Outros grandes projetos envolveram ainda investimentos em tecnologia para um armazém em Jundiaí e um centro de distribuição em Sumaré, ambos municípios do interior de São Paulo.
A fábrica, que levou um ano e meio para ser construída, inicia esta semana a produção após uma fase de testes. Com investimentos de US$ 258 milhões, a unidade pode produzir até 2,1 bilhões de litros de refrigerante por ano.
Lacerda afirma que a antiga unidade fabril em Belo Horizonte já não era capaz de atender à demanda em Minas Gerais e, por isso, a companhia abastecia o mercado local com a produção de outros Estados. A expectativa agora é de redução dos custos com distribuição e também ganhos com mais eficiência na produção. A companhia não informa, porém, a expectativa de economias a serem capturadas.
Depois da inauguração nova fábrica, Lacerda considera que hoje a companhia já tem uma estrutura adequada de produção e distribuição para o cenário de demanda atual. Com isso, os próximos aportes devem ficar mais restritos à modernização e manutenção de linhas de produção.
O executivo não descarta, porém, que a Coca-Cola Femsa volte a realizar aquisições no Brasil. Nos últimos três anos, ele afirma que o grupo investiu R$ 6 bilhões no País, parte disso em razão da aquisição de outras duas engarrafadoras, uma no Rio de Janeiro e outra no Paraná.
“É um mercado em consolidação e, assim como nós, há outros grupos buscando essas oportunidades (de aquisições)”, diz. “A companhia é capitalizada e segue avaliando cenários”, completa, sem dar detalhes sobre os próximos passos.
Mercado de bebidas
O volume de bebidas vendido pela Coca-Cola Femsa no Brasil no primeiro trimestre deste ano caiu 7,7% ante o mesmo período de 2014, ficando em 175,7 milhões de unidades.
A retração acompanha um momento ruim do mercado no País, com recuo da produção nacional de refrigerantes. No acumulado de janeiro a maio, a produção de refrigerantes brasileira alcançou 6,055 bilhões de litros, queda de 6,3% ante os mesmos meses de 2014, segundo o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal.
Para Lacerda, o momento ainda permite oportunidades. Ele menciona como exemplo que a empresa vem acompanhando o crescimento de outros mercados que não o de refrigerantes, como o de sucos e chás. Além disso, destaca que a Coca-Cola Femsa tem negócios de lácteos no México e que vem estudando oportunidades neste nicho de negócios. “Momentos um pouco mais delicados não devem nortear o DNA da empresa de crescimento”, justifica. “A empresa não muda o rumo em um momento mais difícil.”