O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) rejeitou nesta quarta-feira, 4, a proposta das centrais sindicais para o aumento da quantidade de parcelas do seguro-desemprego. Apesar de a bancada dos trabalhadores no colegiado – composta por representantes CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT – ter votado a favor do pagamento de duas parcelas extras do benefício aos demitidos durante a pandemia de covid-19, a proposta não contou com os votos dos empregadores e do governo.
O colegiado tem 18 integrantes indicados por trabalhadores, empresas e governo. Cada categoria tem seis assentos no conselho, e apenas os seis votos das centrais foram favoráveis à ampliação do seguro-desemprego.
De acordo com as centrais sindicais, os pagamentos adicionais atenderiam cerca de 2,7 milhões de trabalhadores que estariam desempregados e sem acesso a outros programas sociais.
As entidades alegam que a crise no mercado de trabalho já dura mais de seis meses, enquanto o número médio de parcelas do seguro desemprego está em quatro (o máximo é cinco, a depender da duração do contrato rescindido). Quem foi dispensado no início da crise pode já estar sem o benefício e, ao mesmo tempo, sem poder solicitar o auxílio emergencial criado para socorrer os mais vulneráveis, uma vez que o cadastro foi finalizado no início de julho.
Como mostrou o <b>Broadcast</b>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o custo de cada parcela adicional era estimado pela equipe econômica em R$ 8,35 bilhões. Os dois pagamentos adicionais, portanto, significariam uma despesa extra de R$ 16,7 bilhões para do governo federal.