Estadão

Coface/Krause: Economias desenvolvidas devem puxar desaceleração do PIB global

A economista da Coface para América Latina, Patrícia Krause, confirmou nesta quinta-feira, 23, a revisão da previsão que a empresa fez no final de 2022 de um crescimento de 3,1% da economia global em 2023 para uma atual de 1,9%. A nova projeção consta do Barômetro de Risco País e Setorial, um estudo mundial produzido pelos economistas da companhia e que o <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, antecipou na terça-feira, 21.

"Essa desaceleração deve ser puxada principalmente pelos países desenvolvidos", disse a economista agora há pouco durante a Conference Risk 2023 , evento anual da Coface, que depois de três anos sendo feito virtualmente por causa da pandemia voltou a ser presencial nesta edição.

Neste contexto em que os países desenvolvidos é que devem puxar a desaceleração do PIB mundial, Patrícia destaca a Europa no centro da questão energética, evitando o pior com a benesse de um inverno menos rigoroso do que se esperava inicialmente.

"Foi evitado um pior cenário de racionamento que poderia levar à recessão, mas ainda assim os custos seguiram elevados por causa da importação de gás liquefeito, que tem um preço maior que o do gás que chegava via gasodutos e segue sob atenção", disse a economista.

Nos Estados Unidos, segundo ela, há a expectativa de forte aperto das taxas juros e desaceleração econômica. A Coface prevê alta de 0,8% do PIB americano contra uma expansão de 2,1% em 2022.

"Contrariamente, em poucos mercados, como a China, a gente espera aceleração, mas mesmo assim uma expansão fraca, saindo de 3% no ano passado para 4%. Essa alta, em decorrência da reabertura da economia chinesa deverão ajudar a partir do segundo semestre", disse.

A economista disse ver ainda a Índia crescendo em um nível elevado este ano e contribuindo para a taxa de crescimento global.

Pensando em Brasil, a economista da Coface disse que é interessante que a China cresça mais, mas que desta vez o crescimento chinês se dará mais por meio da expansão do setor de serviços, o que não influi muito nos preço das commodities, que são as principais mercadorias brasileiras comercializadas entre os dois países. A previsão da Coface é de um crescimento de 0,7% para o País em 2023.

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