O boxe está garantido nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou, nesta quarta-feira, que a Aiba (Associação Internacional de Boxe) perca o seu reconhecimento como entidade responsável pela modalidade em sua versão amadora. A decisão precisa ser referendada na próxima Assembleia Geral, marcada para junho, em Lausanne, na Suíça.
Uma vez confirmada a suspensão da Aiba, o COI deverá anunciar a criação de um grupo de trabalho, presidido pelo japonês Morinari Watanabe, presidente da Federação Internacional de Ginástica e membro do COI, que terá a missão de organizar os torneios classificatórios para a modalidade.
Presente na Olimpíada desde Saint Louis-1904, nos Estados Unidos – só ficou ausente dos Jogos de Estocolmo-1912 -, o boxe deverá contar com 286 atletas em Tóquio-2020, divididos em oito categorias masculinas e cinco femininas. Para a Olimpíada de Paris, em 2024, o COI pretende aumentar a igualdade de gêneros nos eventos de boxe.
Criada em 1946 para substituir a antiga federação Internacional de Boxe (Fiba), a Aiba atravessa há anos graves problemas financeiros, que causaram o afastamento do taiwanês Ching-Kuo Wu, que ficou na presidência da entidade por 11 anos, em 2017.
A situação piorou quando o usbeque Gafur Rakhimov foi eleito o novo presidente há dois anos. Ele é investigado pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, acusado de envolvimento com o crime organizado na Ásia (tráfico de drogas e de armas). Em março deste ano, na tentativa de evitar que o boxe fosse excluído da Olimpíada de 2020, Rakhimov também anunciou seu afastamento do comando da Aiba.
“Continuam existindo problemas de administração (da Aiba), especialmente de violações da Carta Olímpica e do Código de Ética, o que causam sérios riscos desde o ponto de vista legal, financeiro e de reputação do COI”, afirmou um comunicado da entidade.
A pouco mais de um ano do início dos Jogos, os torneios classificatórios devem se encerrar até abril, dois meses antes do início das competições em Tóquio. Os boxeadores profissionais, como já ocorreu no Rio-2016, poderão se inscrever, mas poucos deverão ter esta atitude, pois os empresários que cuidam do boxe remunerado não deverão liberar seus lutadores.