Em reunião realizada nesta quarta-feira, em Lausanne, na Suíça, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou planos para mudar a forma como são escolhidas as sedes dos Jogos Olímpicos. A entidade pretende renovar o formato atual, que vem gerando, na sua avaliação, dificuldades e uma imagem negativa diante dos países.
Uma das possibilidades é sediar o evento olímpico, de inverno ou de verão, em mais de uma cidade e até em mais de um país ao mesmo tempo. A entidade vai abrir também a possibilidade de convidar de forma direta cidades com potencial de receber os Jogos, com chances até de não haver concorrência.
Em outra decisão, o COI vai exigir que eventuais candidatos realizem referendos internos em seus países antes de apresentarem suas candidaturas para receber a Olimpíada. Nos últimos anos, diversas cidades precisaram deixar a disputa de última hora após rejeição das propostas nas urnas, em votação popular.
Estes referendos, realizados após a apresentação das candidaturas, trouxeram diversos problemas para o COI. O primeiro foi a imagem negativa gerada internamente nos países. O segundo foram as mudanças de última hora nas disputas, o que chegou a exigir a busca por novos candidatos.
Isso aconteceu nos últimos anos, em candidaturas apresentadas por cidades na Suíça, Alemanha, Áustria e Canadá. “Nós não podemos seguir sofrendo estes danos, como vem acontecendo”, afirmou o australiano John Coates, um dos vice-presidentes do COI.
As mudanças já começaram a ser aplicadas na entidade. E o primeiro exemplo foi a escolha conjunta das cidades italianas de Milão e Cortina dAmpezzo para receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026. A eleição foi realizada na segunda-feira.
Para as futuras escolhas, o COI pretende realizar eleições mais flexíveis. E também vai exigir que os candidatos utilizem mais estruturas esportivas já existentes, de forma a evitar a construção de novos e caros equipamentos, o que vem contribuindo também para a imagem negativa da entidade nos últimos anos.
A rejeição, por meio de referendos e críticas públicas de políticos e autoridades, vem fazendo o COI repensar os custos envolvidos no projeto de receber uma edição da Olimpíada. O exemplo recente mais negativo foi os Jogos do Rio-2016, que exigiu a construção e reforma de diversas estruturas, entre ginásios e estádios, causando antipatia por parte da população.